Quarta-feira, 01 de maio de 2019
Imagem extraída da internet
A Paraíba tem
atualmente 220 mil pessoas diagnosticadas com diabetes, de acordo com a
Secretaria de Estado da Saúde (SES). Mas esse número pode se aproximar de 1
milhão de pessoas, se aplicado o resultado de pesquisa publicada ontem pelo
Conselho Federal de Farmácia (CFF), que aponta que cerca de 20% dos brasileiros
pode ter diabetes e não saber. O levantamento foi feito em parceria com a
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), entre os dias 14 de novembro e 12 de
dezembro do ano passado, analisando o resultado de exames de 17.580 pessoas, de
todos os Estados, que não tinham diagnóstico da doença. Na Paraíba, 445 pessoas
participaram da pesquisa e, considerando a população atual do Estado (3,7
milhões de pessoas), a estimativa é de que cerca de 780 mil pessoas podem estar
com diabetes, sem saber. A SES oferece acompanhamento na rede pública para as
pessoas com a doença no Estado.
Durante um mês, os voluntários atendidos em
farmácias privadas, farmácias públicas, postos de saúde e universidades, foram
submetidos a testes de glicemia, cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e
responderam a um questionário sobre hábitos alimentares, prática de exercícios
físicos, histórico familiar de diabetes e histórico de testes de glicemia
anteriores. Nos resultados finais, 22,6% dos pacientes apresentaram risco alto
ou multo alto para desenvolvimento de diabetes, 20,1% apresentou risco
moderado, 35,2% risco levemente moderado e 22,1% tem risco baixo.
O Conselho Federal de Farmácia ainda não
calculou os resultados por unidade da federação, mas os primeiros resultados da
pesquisa mostraram que, das cinco regiões do País, o Nordeste apresentou o
segundo maior percentual de glicemia elevada (acima de 100mg/dl, em jejum) do
País. A região Centro-Oeste teve o maior percentual (24,6%) e o Sudeste,
registrou o menor índice (15,6%).
Diabetes
É uma doença crônica na qual o corpo não produz
insulina ou não consegue usar a insulina produzida de forma adequada. A
insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas, que tem a função de fazer com
que as células do organismo transformem a glicose (açúcar) em energia. Dessa
forma, a ausência ou insuficiência da insulina provoca aumento da quantidade de
açúcar no sangue, principal manifestação da diabetes.
Por conta das formas de deficiência de insulina,
a diabetes é classificada em Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) e Diabetes Mellitus
tipo 2 (DM2). O DM1 ocorre quando o pâncreas deixa de produzir insulina, o que
pode acontecer por razões hereditárias ou acidentais. O DM2 ocorre quando o
organismo produz insulina, mas o faz em quantidade insuficiente ou a insulina
não consegue funcionar corretamente. As complicações mais comuns de diabetes
não tratada são: doenças cardiovasculares, cegueira, doenças renais e amputação
de membros.
Sedentarismo
Durante as entrevistas com os voluntários, os
farmacêuticos aplicaram um questionário de padrão internacional para aviação de
risco de diabetes, segundo o CFF. Entre os fatores de risco identificados, o
sedentarismo foi o de maior número de registro.
“A insulina funciona como uma chave, que abre a
célula para a entrada da glicose. Quando o indivíduo está acima do peso, a
gordura bloqueia os terminais das células, impedindo o correto funcionamento da
insulina. A pesquisa é uma amostra de como a vida moderna tem dificultado os
bons hábitos alimentares e as pessoas devem repensar suas rotinas, colocando a
saúde em primeiro lugar”, disse a farmacêutica Josélia Pena Frade, uma das
coordenadoras do levantamento.
FATORES DE
RISCO
Prática
de exercício físico
32% praticam regularmente
68% não praticam
Verduras
e frutas diariamente
57% consome
43% não consome
Histórico
de glicemia elevada
16% nunca tiveram
84% já tiveram
Familiar
com diabetes
42% não tem
37% tem pais, irmãos ou filhos
21% tem avós, tios e primos.
Fonte: Ainoã Geminiano
– Portal Correio da Paraíba