Quarta-feira, 26 de junho de 2019
A
recente liberação da insulina inalável (3/6) marca a passagem do Dia Nacional do
Diabetes nesta quarta-feira (26). O medicamento, autorizado para venda e
consumo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em oito formas
de apresentação ainda precisa ser importado dos Estados Unidos.
Para o médico e pesquisador Freddy Goldberg Eliaschewitz, a
disponibilidade do medicamento pode ajudar o tratamento da doença no Brasil,
pois é mais confortável do que a aplicação da insulina por injeção e o manejo é
mais eficiente. A Insulina inalável começa a funcionar em 10 minutos no
organismo e o efeito dura até 90 minutos.
A insulina injetável pode demorar até 60 minutos começar a fazer efeito
e permanece ativa por até cinco horas no organismo.
“Por um lado, se o paciente aplica a insulina injetável antes do almoço
e o medicamento demora a agir, o nível de açúcar sobe muito no início da
refeição. Muitas vezes, a comida foi ingerida, mas a insulina nem começou a
agir. Por outro lado, se o efeito da insulina demora a passar, o paciente pode
sofrer uma queda de açúcar mais adiante. A absorção dos alimentos já terminou,
mas a insulina continua agindo”, explica Eliaschewitz que é médico Hospital
Israelita Albert Einstein, e diretor clinico do Centro de Pesquisas
Clinicas, que desde 2014 trabalhou nos testes para o desenvolvimento da nova
droga.
O diabetes é considerado uma doença crônica onde o pâncreas não produz
insulina suficiente ou quando o organismo do paciente não consegue
utilizá-la. A insulina é o hormônio que regula a glicose no sangue.
Fora de controle
Eliaschewitz descreve que já há cerca de 15 milhões de pessoas com
diabetes no Brasil, mas 90% dos pacientes com o tipo 1 e 73% dos que sofrem com
o tipo 2 “não têm controle sobre a doença”. Ele contabiliza que “metade dos
pacientes não controlam a doença por falta de conhecimento do diagnóstico. Entre
os que sabem do diabetes, metade não vai com regularidade ao médico. E mesmo os
que vão, mais da metade não toma os devidos cuidados”.
Segundo o Ministério da Saúde , o diabetes do tipo 1,
geralmente, surge na infância ou adolescência. “A causa desse tipo de diabetes
ainda é desconhecida (…) Sabe-se que, via de regra, é uma doença crônica não
transmissível genética, ou seja, é hereditária, que concentra entre 5% e 10% do
total de diabéticos no Brasil”.
O diabetes do tipo 2 é mais frequente em adultos, está diretamente
relacionado ao sobrepeso, ao sedentarismo e à má alimentação. “Ocorre quando o
corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida”, explica o Ministério
da Saúde.
Para Freddy Eliaschewitz, o Brasil vive uma “pandemia de diabete do tipo
2 a reboque da pandemia de obesidade”. Segundo ele, o país poderá viver no
futuro uma pandemia das complicações causadas pela doença, “que são penosas e
custosas de tratar”, como a glaucoma, problema nos rins e disfunção erétil.
Agência
Brasil