Terça-feira, 30 de julho de 2019
Outros 16
foram decapitados; dois agentes penitenciários mantidos reféns foram liberados
após uma hora de negociação
Chamas tomam instalações do presídio de Altamira, no Pará. Foto:Reprodução/Twitter
ALTAMIRA (Pará) —
Uma rebeliãono Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Sudoeste do
Pará, deixou ao menos 52 mortos na manhã desta segunda-feira. Segundo a
Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), 16 pessoas foram
decapitadas.
Os detentos fizeram
uma rebelião que durou cinco horas, das 7h às 12h, na manhã desta
segunda-feira. Dois agentes penitenciários mantidos reféns por uma hora, foram
liberados pós uma negociação, que envolveu o juizado de Altamira, o Ministério
Público e a Polícia Civil.
De acordo com a
Susipe, presos do bloco A, de uma mesma facção criminosa, invadiram o anexo do
presídio, onde vivem custodiados membros de um grupo rival. Uma briga entre
essas organizações de criminosos teria motivado a rebelião. O motim durou cerca
de cinco horas.
— Nosso serviço de inteligência não
apontou possibilidade para ataques. Nenhum de nossos detentos fez exigências
recentemente que pudesse levar a essa possibilidade. Tudo ocorreria normalmente
— disse o Secretário da Susipe, Jarbas Vasconcelos.
Do lado de fora da unidade, famílias
de internos aguardam por informações de parentes.
— Ninguém fala nada, não temos
notícia alguma. Estou aqui sem sabe se meu sobrinho está vivo ou morto — conta
a dona de casa, Clarissa Silvano.
Ao GLOBO, Vasconcelos afirmou que a
unidade prisional tem capacidade para 208 detentos, mas atualmente o número era
de 372 presos. Chefes de segurança do estado são aguardados na tarde desta
segunda-feira para acompanhar a situação no Centro de Recuperação.
O governador do
Pará, Helder Barbalho, do MDB, disse que o ministro da Justiça e Segurança
Pública, Sergio Moro, acompanha a situação em Altamira. Barbalho contou ter
recebido uma ligação de Moro no inicio desta tarde, onde o ministro prometeu
fazer uma reunião de emergência para tratar do assunto.
Luan Santos, Especial para O GLOBO