Quarta-feira, 11 de setembro de 2019
O número, já supera o
mesmo período do ano passado, quando foram registrados 190 casos ao longo dos
12 meses.
De acordo com dados da OMS, o Brasil aparece em 8º lugar entre os países com o maior número de suicídios, estando atrás da Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coréia do Sul e Paquistão. (Foto: Reprodução)
A Paraíba já
registrou nos primeiros seis meses de 2019 cerca de 121 casos de suicídio,
desses 16 foram registrados em João Pessoa, segundo dados da Secretaria de
Saúde do Estado. Em comparação ao ano passado, esse número chega a ser
maior, já que ao logo de doze meses foram registrados 190 casos.
O órgão também registra as ocorrências de
tentativas de suicídios e, no mesmo período, foram contabilizados 496 casos das
chamadas lesões autoprovocadas intencionalmente, ou seja, aqueles casos em que
existe ameaça da pessoa querer tirar a própria vida.
Em entrevista ao Portal ClickPB, o secretário
da Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, explicou que o suicídio é uma
preocupação mundial. Ele reforça a importância de se atentar para a gravidade
do problema e lembra que, em países desenvolvidos como os Estados
Unidos, o suicídio mata mais que o trânsito. "É preocupante como
esse aumento nos casos de suicídio está relacionado com o desenvolvimento
dos países, que quanto mais desenvolvidos, maiores são os números de
pessoas que se suicidam", destacou.
Ele também lembrou que cresce o número de
casos entre jovens, "os jovens estão inconscientemente se isolando, pois
deixam de viver e ter convivência social por conta da tecnologia e das redes
sociais. A consequência disso, é que muitas vezes, esses adolescentes
acabam se sentido solitários. Os pais, muitas vezes, não acolhem e nem
acompanham seus filhos adequadamente. Então essas necessidades da sociedade
moderna tem contribuído para o aumento do casos de suicídio",
explicou.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)
as principais doenças que podem provocar o suicídio são a depressão,
transtornos de ansiedade, tristeza profunda, decepções, problemas financeiros e
familiares, comportamento na internet e nas redes sociais.
Especialistas de todo o país têm discutido o
aumento do número de casos de suicídio, principalmente, entre jovens e
adolescentes. Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontou
um aumento de 24% dos casos entre os anos de 2005 e 2016 somente no Brasil. No
entanto, esse número pode ser ainda maior, pois muitos casos são
subnotificados.
De acordo com dados da OMS, o Brasil aparece
em 8º lugar entre os países com o maior número de suicídios, estando atrás da
Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coréia do Sul e Paquistão.
Entre 2006 e 2010, segundo levantamento do
Ministério da Saúde, o Rio Grande do Sul, em taxas relativas (mortes por cem
mil habitantes) tem a maior taxa do país, com 10,2 casos. Em seguida estão os
estados de Roraima, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
O aumento desses casos tem chamado a atenção
da Secretaria de Estado da Saúde (SES), que no último mês de julho,
através da Coordenação de Saúde Mental, promoveu diálogo com os municípios a
respeito dos serviços das Redes de Atenção Psicossocial (RAPS). Na Paraíba, um
novo de sistema de notificação foi implantado e, de acordo com o técnico da
Saúde Mental da SES, Lucílvio Silva, para esclarecer e ajudar melhor
a sociedade sobre os serviços disponíveis no estado.
Setembro
Amarelo
O Setembro Amarelo foi criada pelo Centro de
Valorização da Vida (CVV) em 2015, a campanha Setembro Amarelo tem o objetivo
de conscientizar a população e promover a prevenção do suicídio. Com o apoio do
Conselho Federal de Medicina (CFP) e da Associação Brasileira de Psiquiatria
(ABP), o Setembro Amarelo faz alusão ao dia 10 de setembro, Dia Mundial de
Prevenção do Suicídio.
Por: ClickPB