Domingo, 17 de novembro de 2019
Um homem de 81 anos removeu um tumor do tamanho de uma bola de
futebol no pescoço. O caso foi divulgado nesta quinta-feira (14).
Milton Wingert, 81, teve que retirar o tumor que pesava 3 kg
A massa
cancerosa pesava cerca de três quilos e media 23 centímetros, de acordo com
Nazir Khan, cirurgião que operou o paciente, em entrevista à CNN. Após
sete horas de cirurgia, o tumor foi removido.
Segundo
Khan, o homem, chamado Milton Wingert, foi diagnosticado com sarcoma
pleomórfico em maio. Naquela época, entretanto, o tumor tinha o tamanho de um
tomate-cereja e não apresentava incômodo. Mas uma das características
desse tipo de câncer é seu rápido crescimento, e no mês seguinte ele
já havia atingido a forma de uma maçã. Wingert, então, decidiu operar.
O
problema é que a cirurgia de fato só ocorreu no dia 5 de novembro. Os dois
primeiros cirurgiões que o paciente procurou não quiseram realizar o
procedimento, por causa dos riscos. O tumor havia crescido em torno da artéria
carótida do homem, que fornece sangue ao cérebro, pescoço e rosto. A cirurgia
seria de risco justamente porque poderia romper esse vaso.
“Eu
ficava vendo médicos diferentes e indo a hospitais diferentes, e continuava
crescendo e crescendo e ficando cada vez maior”, disse Wingert ao New York
Post. Segundo ele, a preocupação aumentava a cada vez que pensava quando iria
fazer essa operação. Finalmente, quando ele encontrou Khan, no início deste
mês, a cirurgia foi marcada.
Sarcoma
pleomórfico
O tipo
de câncer que provocou a massa gigante no pescoço de Wingert é
chamado de sarcoma pleomórfico. “O sarcoma é um câncer raro. Só 1% dos tumores
dos adultos é desse tipo. Entretanto, entre os sarcomas das partes moles, o
pleomórfico é o mais comum”, diz André Molina, cirurgião oncológico da BP – A Beneficência
Portuguesa de São Paulo.
Segundo o médico, a diferença entre o sarcoma e os outros tipos
de cânceres são as células que dão origem ao tumor. “O sarcoma tem origem nas
células do tecido de preenchimento (músculo, osso, gordura).
O
pleomórfico é de alto grau, ou seja, tem maior chance de metástase (quando o
câncer se espalha para além do local onde começou) e tem um crescimento rápido.
Mas para chegar a um estágio como o de Wingert é difícil. “É um caso de
negligência. Em qualquer tumor, a chance de cura é relacionada ao estágio de
diagnóstico. Quanto mais demora, maior ele fica, mais invasivo, mais grave e
maior chance de metástase. A chance inclusive desse homem ter uma metástase é
muito alta”, diz Molina.
O médico
afirma que mesmo após a cirurgia é comum a indicação de radioterapia, para
controlar o local onde o tumor foi retirado, e quimioterapia, para diminuir as
chances de metástase.
É o que
irá acontecer com Wingert. Agora, ele está se recuperando em casa, mas deve se
submeter a um novo tratamento nos próximos meses, segundo Khan. “Eu sei que ele
vai precisar de mais terapia e, portanto, estou receoso, porque sei que ele
ainda tem um caminho a percorrer”, disse, à CNN. “Mas, você sabe, eu estou
feliz por ele, porque eu sei que ele estava com muito medo antes da cirurgia e
ele se saiu bem.”
Ao New
York Post, o próprio Wingert parece otimista: “Vou comemorar meu aniversário de
82 anos no final deste mês. É um milagre.
Por: Fonte: UOL - Créditos: UOL