Quarta-feira, 15 de janeiro de 2020
Governo definiu R$ 1.039 baseado na projeção do mercado para INPC, mas
índice ficou acima do previsto.
Presidente se reuniu com Guedes antes do anúncio; aumento evita perda inflacionária. (Foto: Reprodução)
O presidente Jair
Bolsonaro informou nesta terça-feira (14) que o governo reajustará o valor do
salário mínimo de R$ 1.039 para R$ 1.045. Segundo Bolsonaro, o valor valerá
partir de 1º de fevereiro.
O anúncio foi feito em uma entrevista coletiva
na sede do Ministério da Economia, onde o presidente se reuniu com o ministro
Paulo Guedes.
"Uma reunião tranquila, coordenada pelo
Paulo guedes. Tivemos uma inflação atípica em dezembro. Não esperávamos que ela
fosse tão alta assim. Foi basicamente da carne, e tínhamos que fazer com que o
valor do salário mínimo fosse mantido. Então, ele passa, via medida provisória,
de R$ 1.039 para R$ 1.045 a partir de 1º de fevereiro", afirmou o
presidente.
O objetivo com a medida é evitar perdas
inflacionárias. Isso porque, ao fixar o valor do salário mínimo em R$ 1.039, o
governo se baseou na projeção do mercado financeiro para o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor do ano passado. O INPC serve de base para o cálculo do
salário mínimo.
Na semana passada, porém, o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o INPC ficou em 4,48%, acima do
percentual previsto. Com isso, na prática, o reajuste do mínimo para R$ 1.039
ficou abaixo da inflação.
De acordo com o Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor do salário mínimo serve
de referência para 49 milhões de pessoas.
Impacto
nas contas públicas
A revisão do valor do salário mínimo terá
impacto nas contas públicas. Isso ocorre porque os benefícios previdenciários
não podem ser menores que o valor do mínimo.
De acordo com cálculos do governo, o aumento
de cada R$ 1 para o salário mínimo implica despesa extra em 2020 de
aproximadamente R$ 355,5 milhões.
Considerando um aumento para R$ 1.045, segundo
o secretário-especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues,
o impacto será de R$ 2,13 bilhões a mais, em gastos públicos, em 2020.
De acordo com ele, esse gasto adicional, não
considerado anteriormente na aprovação do orçamento deste ano, pode levar o
governo a fazer cortes em outras áreas - como forma de não descumprir o teto de
gastos e a meta fiscal.
Por: G1 - Brasília