Quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020
Mestre do terror brasileiro dirigiu 40 produções e atuou em mais de 50
filmes.
Morte do ator e diretor foi confirmada pela filha de Mojica, a atriz Liz Marins, nesta quarta-feira (19). (Foto: Reprodução
O ator, diretor e
roteirista José Mojica Marins, conhecido pelo personagem Zé do Caixão, morreu
aos 83 anos, em São Paulo. A morte foi confirmada pela filha de Mojica, a atriz
Liz Marins, nesta quarta-feira (19).
Mestre
do terror brasileiro
Filho dos artistas circenses Antonio André e
Carmen Marins, José Mojica Marins nasceu no dia 13 de março de 1936, na capital
de São Paulo.
Mojica dirigiu 40 produções e atuou em mais de
50 filmes. Seu interesse pelo cinema de terror escatológico começou nos anos
1950, mas foi em 1964, com o filme "À meia-noite levarei sua alma",
que ele ganhou o apelido de Zé do Caixão.
Seu personagem mais famoso, o agente funerário
sádico, que veste roupas pretas, cartola, capa e unhas longas, ainda aparece em
"Esta noite encarnarei no teu cadáver" (1967), "O estranho mundo
de Zé do Caixão" (1968), e "Encarnação do demônio" (2008).
Mesmo conhecido como o mestre do terror no
cinema brasileiro, Mojica também trabalhou com outros gêneros, como aventura,
faroeste, pornochanchada, e influenciou o movimento do cinema marginal nos anos
1960.
Quando tinha 17 anos, ele fundou a Companhia
Cinematográfica Atlas, onde produziu alguns filmes amadores. Seu primeiro
longa-metragem foi “A sina do aventureiro”, de 1958.
Em 1963, escreveu o argumento de “Meu destino
em tuas mãos” e procurou o cineasta Ozualdo Candeias para fazer o roteiro, que
não foi creditado.
O personagem Zé do Caixão, conforme Mojica
contou em diversas entrevistas, surgiu para ele durante um pesadelo, em que um
homem de capa preta o arrastava para um túmulo. Já a primeira aparição do Zé do
Caixão no cinema foi em "À meia-noite levarei sua alma". Nos Estados
Unidos, ele ficou conhecido como “Coffin Joe”.
De acordo com o site oficial do Zé do Caixão,
seu nome verdadeiro era Josefel Zanatas e “nasceu em berço de ouro, seus pais
tinham uma rede de agências funerárias, fato que fez com que Josefel fosse uma
criança muito sozinha, pois seus colegas os discriminaram por causa da
profissão de seus pais”. Sua “biografia” ainda diz que Zé do Caixão é um “homem
sem crenças, não acredita em Deus nem no Diabo, só acredita nele mesmo, acha
que é o único que pode fazer justiça”.
Com o sucesso, o personagem começou a ser
confundido com o seu próprio autor. No anos 1990, o Zé do Caixão apresentou o
“Cine Trash”, na Rede Bandeirantes. Recentemente, ele tinha um programa de
entrevistas no Canal Brasil, chamado “O estranho mundo de Zé do Caixão”, e
recebia convidados inusitados, como Inri Cristo, João Gordo, Laerte, entre
outros.
Por: G1