Quinta-feira, 11 de junho de 2020
Matéria do G1
O presidente Jair Bolsonaro
anunciou nesta quarta-feira (10) em uma rede social a recriação do Ministério
das Comunicações.
Pouco
depois do anúncio, o “Diário Oficial da União” publicou a nomeação do deputado
Fábio Faria (PSD-RN) como ministro. O secretário-executivo da pasta será Fábio Wajngarten, atual secretário de Comunicação Social do governo.
A
pasta da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações foi desmembrada em duas:
Ministério das Comunicações e Ministério da Ciência e Tecnologia, chefiado por
Marcos Pontes.
“Nesta
data, via MP, fica recriado o Ministério das Comunicações a partir do
desmembramento do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Para a pasta foi nomeado como titular o Deputado Fabio Faria/RN”, publicou
Bolsonaro na internet.
Cerca
de uma hora depois, ao chegar ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que houve
“aceitação excepcional” sobre a decisão. O presidente também negou ter
negociado a indicação de Fábio Faria com o Centrão, afirmando que não se lembra
qual o partido do deputado (leia detalhes sobre o tema mais abaixo).
“Vamos
ter alguém que não é um profissional do setor, mas tem conhecimento até pela
vida que tem junto à família do Silvio Santos”, acrescentou o presidente. “É
uma pessoa que sabe se relacionar e vai dar conta do recado”, completou.
Despesas
Segundo a Secretaria-Geral da Presidência, a recriação do ministério não
representará aumento de despesa, uma vez que, segundo a pasta, o novo
ministério utilizará “apenas cargos de estruturas já existentes”.
Ainda
de acordo com a Secretaria-Geral, a Secretaria Especial de Comunicação Social,
atualmente vinculada à Secretaria de Governo, será extinta, e as competências
da secretaria, incorporadas ao novo ministério.
O
Ministério das Comunicações existiu até maio de 2016. Na ocasião, o então
presidente, Michel Temer, que assumiu o cargo com o afastamento de Dilma
Rousseff, unificou o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e
Tecnologia.
Temer
nomeou à época como ministro Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e
presidente do PSD, partido de Fábio Faria.
Número
de ministérios
Na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro disse que, se eleito, o governo teria
“no máximo” 15 ministérios.
Quando
tomou posse, em 1º de janeiro de 2019, o presidente deu posse a 22 ministros.
Com a recriação da pasta das Comunicações, serão 23 ministérios.
Nesta
quarta, o presidente declarou: “Algumas coisas nós exageramos, né, até era a
questão dos ministérios. Num país continental como esse, a gente queria 15
ministérios, montamos um número, depois chegou a 22. E o ministério em si não
tem muita despesa a mais sendo criado ou não mais um ministério, não é por aí”.
Na
semana passada, Bolsonaro afirmou que também “existe a possibilidade” de ele
recriar o Ministério da Segurança Pública, extinto no início do governo.
Mais
cedo, nesta quarta-feira, porém, o ministro da Justiça e Segurança Pública,
André Mendonça, afirmou que, para ele, não é o momento de a pasta ser recriada.
Centrão
Fábio Faria está no quarto mandato de deputado federal e é filiado ao PSD,
partido que integra o Centrão.
Conforme
o site de Fábio Faria, ele é formado em administração de empresas, pela
Universidade Potiguar (UnP). O deputado é genro do empresário e apresentador
Silvio Santos.
A
escolha de Bolsonaro pelo deputado ocorre em meio à aproximação do presidente
com o Centrão, em troca de apoio político.
Nas
últimas semanas, o Centrão também emplacou integrantes em outros cargos no
governo. A diretoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),
por exemplo, que conta com R$ 50 bilhões, ficou com o PL.
O
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, cujo orçamento é de R$ 1
bilhão, ficou com uma indicação do Progressistas.
Bolsonaro
sempre criticou o que chama de “velha política” e sempre afirmou que formaria
um “ministério técnico”, isto é, segundo ele, live de indicações políticas.
Por:
G1