Sexta-feira, 19 de junho de 2020
Entre abril e maio, o estado registrou o recuo das áreas com seca no
Sertão e no litoral. As regiões com seca moderada também diminuíram.
No último mês, nenhum dos estados no Nordeste está com 100% de seu território com seca, o que não acontece desde setembro de 2019. (Foto: reprodução)
A Paraíba registrou
uma redução das áreas com seca e da severidade do fenômeno em maio, após as chuvas
registrarem entre 20mm, no Agreste, e 500mm, no litoral. No último
mês, nenhum dos estados no Nordeste está com 100% de seu território com
seca, o que não acontece desde setembro de 2019.
Os
maiores volumes de precipitações foram registrados no litoral e no Sertão,
enquanto e os menores acumulados ocorreram no Agreste. Devido ao volume de
chuvas de maio, houve expansão da área sem seca no Sertão e surgimento de uma
área sem seca no litoral, assim como a diminuição da área de seca moderada já
existente. Com a ausência do fenômeno no litoral, não há mais seca de curto
prazo e os impactos são somente de longo prazo em todo o estado.
Com
as chuvas de maio o Monitor de Secas registrou uma redução das áreas com seca
em nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Rio Grande do Norte e Tocantins. Depois de dois meses sem o fenômeno, o
Espírito Santo voltou a ter áreas com seca fraca em maio. Outro estado a ter um
aumento das áreas com seca foi Minas Gerais na comparação com abril. Em Sergipe
as regiões com seca não tiveram variação.
Em
sete estados houve a redução da gravidade das secas: Alagoas, Bahia, Maranhão,
Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Tocantins. Em Alagoas, Ceará e Rio Grande
do Norte continuam existindo somente áreas com seca fraca. No Espírito Santo e
Minas Gerais houve um aumento da severidade do fenômeno, mas de formas
diferentes. Enquanto em território capixaba a seca voltou como fraca, em Minas
houve um agravamento da situação especialmente no Triângulo Mineiro e região do
Paranaíba, que registrou a única área com seca extrema no Mapa do Monitor de
maio. Como é a primeira vez que o Rio de Janeiro consta do monitoramento, ainda
não é possível comparar a situação do estado com meses anteriores.
Maio
é o segundo mês do período chuvoso no leste do Nordeste, enquanto no Sudeste é
o segundo mês do período seco. Já no centro e no oeste nordestino, além de
Tocantins, começa a transição para a época de seca. De acordo com a
climatologia de maio, os maiores volumes de precipitação, com valores acima de
250mm, ocorrem no norte do Maranhão e no litoral leste do Nordeste. Já os
menores volumes precipitados, com valores inferiores a 50mm, são esperados no
oeste da Bahia e de Pernambuco, no sudeste do Piauí e norte de Minas Gerais.
Em
maio de 2020, chuvas superiores a 300mm aconteceram no norte-noroeste do
Maranhão e do Piauí e em parte do litoral leste do Nordeste, além de pontos
isolados no Tocantins. Já as menores precipitações, abaixo de 100mm, ocorreram
nos estados da porção centro-sul do Monitor de Secas (Minas Gerais, Espírito
Santo, Rio de Janeiro), além das porções sudeste do Piauí e centro-oeste da
Bahia. Na maioria dos estados nordestinos, as precipitações de maio oscilaram
entre 100 e 300mm, distribuídas de uma forma irregular, e os valores acumulados
no mês ficaram em torno da média. A variabilidade das chuvas nos territórios
monitorados em maio caracteriza a transição entre as estações chuvosa e seca em
grande parte do Nordeste.
O
Monitor de Secas tem uma presença cada vez mais nacional, abrangendo os nove
estados do Nordeste, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Tocantins.
A previsão é que Goiás seja o próximo estados a se juntar ao Monitor. Essa
ferramenta realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no
Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em
curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de
precipitações recentes nos últimos um a seis meses. Para secas acima de 12
meses, os impactos são de longo prazo.
Por: ClickPB