Segunda-feira, 19 de abril de 2021
Projeto Blue Keepers é lançado em
evento com CEOs de grandes empresas e convida setor privado para participar da
iniciativa
A Rede Brasil do Pacto
Global da ONU anuncia a criação do Projeto Blue Keepers, iniciativa nacional
que busca a efetiva mobilização de recursos e inovação tecnológica no combate à
poluição do plástico em bacias hidrográficas e oceanos, com o envolvimento de
empresas de todos os setores, diferentes níveis de governo e da sociedade civil
na preservação do ecossistema. A iniciativa faz parte da Década dos Oceanos,
criada pela ONU em 2020, que visa a conservação e uso sustentável dos oceanos,
mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
O primeiro desafio que o Blue Keepers busca superar é a
necessidade de entendimento e mapeamento das fontes de resíduos plásticos,
entendendo as contribuições decorrentes da ocupação urbana irregular,
deficiências nos serviços de manejo de resíduos, carreamento por drenagem
pluvial urbana, transporte por rios e aporte via sistemas lagunares e
estuarinos. O objetivo é identificar dentro de um problema tão extenso quais
são os focos de ação que irão nos levar aos melhores resultados em termos de
volume de material recuperado.
Esse mapeamento dos pontos críticos da origem dos resíduos, bem
como das causas efetivas que levam ao seu vazamento para o mar, irão embasar a
prospecção e implementação de soluções para mitigar esta poluição crônica,
orientando ações locais para alcançar ganhos globais, além do desenvolvimento
de metodologias e uma plataforma que possam contribuir para que cidades,
estados e países avancem nessa questão.
“Os oceanos e mares são os maiores ecossistemas do planeta e são
fundamentais para o presente e futuro da sociedade. O oceano conecta nações,
economias e mercados, em escala global, estabiliza o clima, produz oxigênio e
sequestra carbono, o que é parte principal das ações contra as mudanças
climáticas. Sabemos o peso dessas mudanças climáticas na vida das pessoas, com
eventos extremos crescendo a números cada vez mais alarmantes. É por isso que
convidamos todas as empresas, inclusive as que produzem plástico, a
participarem do Projeto Blue Keepers para juntos entendermos o problema e desenvolvermos
ações efetivas para a preservação dos oceanos por meio da gestão adequada de
resíduos. Todos os setores são protagonistas da solução e nossa iniciativa visa
traçar metas claras e ações que serão construídas em conjunto”, afirmou Carlo
Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global.
A cada ano, 242 milhões de toneladas de resíduos plásticos são
gerados no mundo, com cerca de 8 milhões chegando aos oceanos, o que representa
aproximadamente 80% de todos os detritos marinhos no mundo. As estimativas
indicam que os resíduos gerados em terra contribuem com até 80% do plástico no
ambiente marinho, afetando o ecossistema. O Brasil é o 16º país do mundo que
mais contribui para poluição de plástico no oceano e isso pode dobrar até 2030.
Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Década dos
Oceanos foi lançada no Dia Mundial dos Oceanos, em junho de 2020, compreendendo
o período entre 2021 e 2030, e possui estreita sinergia com o ODS 12 – Consumo
e Produção Responsáveis e ODS 14 – Vida na Água, que visa a conservação e uso
sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento. O
objetivo é ajudar a sociedade a aumentar o conhecimento sobre as águas que
cobrem 70% do planeta e seja capaz de proteger de maneira eficiente o maior
ecossistema do nosso planeta.
A iniciativa Blue Keepers já conta com o patrocínio da Braskem,
Alpargatas e Cetesb e os apoios da Enauta, do Instituto Meu Oceano, USP, UNEP,
Unibes Cultural, Firjan, Fundación Avina, Fundação Grupo Boticário, Plastivida
e Schurmann Corporate.
Para o lançamento do Blue Keepers, a Rede Brasil do Pacto Global
realizou nesta sexta-feira, 9 de abril, um CEO Roundtable com o tema “o papel
do setor privado para um oceano saudável e produtivo”, que convidou líderes de
grandes empresas para discutirem o alcance de ações de sustentabilidade e
gestão de resíduos plásticos nos oceanos, além da apresentação do projeto.
Ӄ muito importante para a Braskem participar do Blue Keepers.
Sabemos que a cadeia produtiva é parte da solução do problema e estamos
engajados nisso. Toda a cadeia de valor deve ser envolvida e entendemos o
quanto a economia circular é importante. A economia circular já é parte do
nosso negócio, trabalhamos muito para que todo o ciclo seja fechado e
conseguimos reciclar cada vez mais, com grandes metas já para 2030. Temos que
trabalhar também na conscientização dessa cadeia, já que a poluição envolve
muitos stakeholders, sejam eles empresas, governos, sociedade civil. É um
assunto complexo, mas com o envolvimento de todos teremos ótimos resultados. As
parcerias também são muito importantes, como por exemplo as com iniciativas
para descarte consciente de resíduos. É preciso ter consciência e
responsabilidade, que é dividida com todos, que devem entender as suas. Com o
engajamento de todos os atores da nossa cadeia, e fazendo a nossa parte, temos
e teremos resultados efetivos a curto, médio e longo prazos. O Blue Keepers já
nasce com isso, com a participação de importantes atores como a Cetesb, a USP,
Alpargatas e a Rede Brasil do Pacto Global”, afirmou Roberto Simões, CEO da
Braskem.
O evento teve as participações da Alpagartas, América Tampas,
Braskem, BRF, BV Rio, Coca-Cola, Cosan, Enauta, Klabin, Ocean Pact, Ocyan,
Packing Group, Plastivida, Pólen, Polo Filmes, Valfilm, Vitopel, Zaraplast,
além de organizações como Abrelpe, Acqua Mater, Atina, Avina, Conselho Regional
de Administração de São Paulo, Delegação da União Europeia no Brasil, Firjan,
Instituto Alpargatas, Ocean Imersion, UNEP e UNESCO. Para conhecer mais sobre o Blue Keepers, acesse: https://www.bluekeepers.org/
Por: Rede
Brasil do Pacto Global