Quinta-feira, 23 de setembro de 2021
Ao
se posicionar contra agressões do DJ Ivis à ex-esposa, atriz chamou o músico de
"paraíba", e ao ser criticada por causa disso, disse que era uma
"expressão" para quando alguém faz "paraibada".
Atriz e youtuber Antônia Fontenelle — Foto: Divulgação
A
atriz e youtuber Antônia Fontenelle foi indiciada pela Polícia Civil da Paraíba
pelo crime de preconceito após comentários xenofóbicos sobre
o DJ Ivis, que aparece em vídeos agredindo
a ex-mulher, Pamela Hollanda. De acordo com o inquérito
policial, as atitudes de Fontenelle caracterizam manifestações preconceituosas
generalizadas, direcionadas a todos os paraibanos.
Como conclusão das
investigações, o delegado Marcelo Antas Falcone entendeu por indiciar Antônia
Fontenelle na Lei do Racismo, que prevê pena de reclusão de 1 a 3 anos e multa
para o crime de preconceito ou discriminação.
O g1 solicitou resposta da atriz através de email,
mas não obteve resposta até as 8h30 desta quarta-feira.
Os vídeos de agressões contra Pamella foram
divulgados por ela nas redes sociais. No dia seguinte, Fontenelle se posicionou
contra as agressões e postou o seguinte texto nas redes sociais, ao comentar o
assunto:
"Esses 'paraíbas' fazem um
pouquinho de sucesso e acham que podem tudo. Amanhã vou contatar as autoridades
do Ceará para entender porque esse cretino não foi preso".
Dj Ivis, que é paraibano, mora em Fortaleza e foi preso no dia 14 de agosto. Após as
declarações de Fontenelle, cantores, artistas, famosos, blogs e várias páginas
de entretenimento criticaram o uso da expressão “paraíba” com cunho negativo.
Após as críticas, ela voltou a falar sobre o assunto:
“Esse
bando de desocupado aí da máfia digital que não tem nada o que fazer. Se
juntaram pra agora me acusar de xenofobia. De novo? Num cola! Já tentaram me
acusar de xenofobia. (…) Porque eu falei ‘esses ‘paraíba’ quando começam a
ganhar um pouquinho de dinheiro acham que podem tudo. ‘Paraíba’ eu me refiro a
quem faz ‘paraibada‘, pode ser ele sulista, pode ser ele nordestino, pode ser
ele o que for. Se fizer paraibada, é uma força de expressão”, disse a atriz em
um vídeo.
As investigações contaram com o apoio
da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que cumpriu carta precatória para
interrogatório da indiciada na capital fluminense pela Delegacia de Polícia
Civil da Barra da Tijuca. Conforme informações da Polícia Civil, durante o
interrogatório Antônia Fontenelle informou que usou as expressões para se
referir ao DJ, mas não pretendia atingir a população da Paraíba ou qualquer
nordestino, nem tampouco ofender grupos ou demonstrar superioridade. Afirmou,
ainda, que suas palavras foram proferidas no auge de sua indignação.
Com a conclusão das investigação, o
procedimento será encaminhado para o setor judiciário, para que o Ministério
Público adote as providências cabíveis.
Antônia Fontenelle chegou a ajuizar um
habeas corpus com o objetivo de impedir a realização das investigações. No
entanto, a liminar pedida pelo advogado foi negada pela Justiça.
Repercussão do caso
As declarações de Fontenelle foram
criticadas por vários artistas e influenciadores paraibanos,
entre eles Juliette Freire, Flay, GKay e Chico César. "Não existe 'ser
Paraíba' e 'fazer paraibada'. Existe ser paraibana/o, o que sou com muito
orgulho", disse Juliette.
Por: g1 PB