Quarta-feira, 29 de setembro de 2021
Gestores voltam a
alegar que imposto não aumentou, enquanto combustível subiu 40% em 12 meses. E
defendem reforma tributária
No Rio, gasolina comum já custa R$ 7 na zona sul REUTERS/RICARDO MORAES-24/09/2021
Em mais um capítulo das divergências políticas entre
governadores e Planalto, 20 dos 27 gestores estaduais defendem a retomada da
reforma tributária e sustentam que os aumentos de combustíveis não estão
relacionados ao ICMS. O grupo reafirma nota pública, distribuída recentemente,
que destaca a alta de 40% dos combustíveis nos últimos 12 meses, enquanto o
ICMS não teve nenhum aumento no período.
"Essa é a maior prova de que se trata de um problema
nacional, e não somente de uma unidade federativa", ressalta o documento
firmado pelo grupo, no qual estão governadores alinhados com o Planalto, como
Romeu Zema, de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado, de Goiás. "Falar a verdade
é o primeiro passo para resolver um problema", conclui.
A reação vem em resposta a declarações do presidente Jair
Bolsonaro e do presidente da Câmara, Arthur Lira, sobre as razões da escalada
dos preços dos combustíveis. A gasolina, por exemplo, já rompeu o valor de R$ 7
em alguns estados brasileiros.
“Insistimos em votar a reforma tributária apresentada pelos
estados e que altera mais que o ICMS de combustível, mas também simplifica,
acaba com guerra fiscal, cria Fundo de Desenvolvimento Regional e sem participação
da União e ainda aceitamos tratar da redução dos impostos sobre o consumo
e com regras que não desequilibram estados e municípios”, disse o governador do
Piauí, Wellington Dias (PT).
Ontem, Bolsonaro fez um apelo, em agenda em Alagoas, reduto eleitoral de Lira,
ao Congresso para aprovar um projeto de lei que fixa o ICMS para a
comercialização de combustíveis. “Eu vivo os problemas do Brasil, e a
grande maioria deles a sua solução passa pelo Parlamento brasileiro",
afirmou.
Também na terça-feira, o presidente da Câmara se pronunciou no
Twitter sobre a escalada do preço dos combustíveis e cobrou a Petrobras.
"O diretor da Petrobras Cláudio Mastella diz que estuda com 'carinho' um
aumento de preços diante desse cenário. Tenho certeza de que ele é bem pago
para buscar outras soluções que não o simples repasse frequente", disse.
Hoje, o assunto deverá ser tema de discussões no Colégio de Líderes
da Câmara dos Deputados, conforme antecipou Lira.
Por: R7