Segunda-feira, 20 de dezembro de 2021
Acontecimento
trouxe novas descobertas sobre a estrela; novos voos já estão previstos.
Ilustração mostra a sonda Parker se aproximando do Sol (Foto: NASA's Goddard Space Flight Center/JHU Applied Physics Laboratory)
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em um feito inédito na história, uma nave
espacial "tocou" o Sol. A sonda Parker Solar Probe voou pela camada
atmosférica solar, chamada corona. O anúncio foi feito na última terça-feira
(14) pela Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos). Segundo informações da
agência, a sonda conseguiu coletar informações inéditas sobre a estrela e
futuras descobertas são esperadas.
"Parker Solar Probe 'tocando o Sol' é um momento monumental para a
ciência solar e um feito verdadeiramente notável", afirmou Thomas
Zurbuchen, administrador associado do Diretório de Missão Científica na sede da
Nasa em Washington, a agência.
Zurbuchen também disse que o acontecimento "fornece insights mais
profundos sobre a evolução do nosso sol e seus impactos em nosso sistema
solar". Além disso, ele explicou que é possível aprender mais detalhes
sobre estrelas de todo o universo e não somente do Sol.
A sonda foi lançada em 2018 com a intenção de investigar detalhes ainda
desconhecidos sobre o Sol. Agora, a Parker chegou o mais perto já registrado
por expedições espaciais e, mesmo que o voo tenha durado somente algumas horas,
já foi possível observar fenômenos que antes eram impossíveis de serem
constatados.
Uma descoberta, por exemplo, foi sobre a estrutura magnética dos ventos
solares –fluxo de partículas que chegam a terra mesmo estando a 93 milhões de
milhas de distância. Segundo a Nasa, em 2018, a Parker descobriu que essas
estruturas em zigue-zague são abundantes perto do Sol.
Naquele momento, no entanto, não foi possível evidenciar a origem delas.
Agora, com a proximidade que a sonda atingiu, os cientistas perceberam que as
estruturas têm origem na superfície solar.
Esse achado pode fazer com que, no futuro, seja possível entender outra
questão sobre o Sol: por que a corona é muito mais aquecida em comparação a
superfície solar mais profunda?
Além disso, os cientistas também esperam que, no futuro, seja possível
descobrir como as estruturas magnéticas se formam –a nova descoberta só
possibilitou afirmar a origem delas, mas não como funciona seu surgimento.
A expectativa é de que outros voos espaciais da Parker aconteçam em
breve, possibilitando novas respostas. O próximo está previsto para janeiro de
2022, mas ainda não é certeza que a sonda conseguirá atingir a camada
atmosférica do Sol.
"Estou animado para ver o que a Parker encontra conforme ela passa
repetidamente pela corona nos próximos anos", disse Nicola Fox, diretor de
divisão da Divisão de Heliofísica na sede da Nasa, a agência. "A
oportunidade para novas descobertas é ilimitada."
Por: Folhapress