Sábado, 18 de junho de 2022
"Esses aumentos do diesel e dos demais produtos como pneus e peças
estão empurrando os trabalhadores para um trabalho ainda mais precário. Está
insustentável o trabalho e a sobrevivência financeira dos caminhoneiros já não
existe mais", disse.
Até abril, o óleo diesel acumulava alta de 53,58%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (Foto: Walla Santos)
A escalada de aumentos de preços dos combustíveis no Brasil, resultado
da Política de Paridade de Importação (PPI), adotada pela Petrobras em 2016 e
mantida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), segue trazendo prejuízos para os
caminhoneiros autônomos. Em entrevista ao ClickPB, nesta sexta-feira (17), o
presidente da Associação de Caminhoneiros de Campina Grande e Região, Albério
Lima, disse que muitos trabalhadores já desistiram de seguir na
área.
"Esses aumentos do diesel e dos demais produtos como pneus e peças
estão empurrando os trabalhadores para um trabalho ainda mais precário.
Está insustentável o trabalho e a sobrevivência financeira dos
caminhoneiros já não existe mais", disse.
"Em maio, com o reajuste no diesel de 40 centavos por
litro, o abastecimento tornou praticamente impossível algum lucro dos
caminhoneiros, já que em um frente de R$ 13 mil, mais de R$ 5 mil é gasto no
abastecimento apenas de ida da carga para São Paulo, por exemplo, sem
contar a volta. Ou seja, muitos colegas já desistiram, ou estão virando
motoristas de empresas ou empreendendo", destacou.
Até abril, o óleo diesel acumulava alta de 53,58%, segundo o Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
"Ninguém está aguentando mais continuar nessa profissão. O
caminhoneiro autônomo não tem mais condições de rodar. Hoje em dia não tem
condições mais de rodar, já estávamos passando por dificuldades. Se você
pegar um frete valendo R$ 13 mil, estamos pagando para trabalhar. O
óleo é mais caro que a gasolina. Essa situação de ver o país do jeito que está
é vergonhosa", desabafou.
Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em 2017,
revelam que o Brasil tinha cerca de 919 mil transportadores autônomos. O número
caiu para 696 mil em 2021 e segue caindo ainda mais. Segundo Albério,
o motivo é que esses profissionais estão tendo que
escolher “entre comer ou abastecer e manter o veículo”, diz
o dirigente.
Por: Emmanuela Leite-ClickPB