Sábado, 02 de julho de 2022
Ao 'Estadão', presidente da entidade admite que estão sendo
realizados testes com a International Board em que a minutagem do jogo seja
contada apenas em momentos de bola rolando, passando de 90 para 60 minutos
Gianni Infantino, presidente da Fifa, admite que entidade estuda diminuir tempo de jogo (Foto: Geoff Caddick/AFP)
Durante a Assembleia-Geral
da International Football Association Board (IFAB,sigla em inglês), em
Doha, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, comentou com
o Estadão sobre uma medida que ainda não acontecerá na
próxima Copa do Mundo, mas que poderá alterar radicalmente as regras do
futebol. Trata-se da redução do tempo de uma partida, dos atuais 90 minutos. O
dirigente admitiu que estão sendo realizados testes em que o tempo do jogo
seria contado apenas em momentos nos quais a bola estiver em jogo, como já
acontece em outros esportes, como o futsal e o basquete, por exemplo.
Se isso for confirmado, o tempo de jogo cairia para dois tempos de
30 minutos, mas de bola rolando, que é o tempo médio das partidas. A Fifa sabe
que há muitas paradas nos jogos. A diferença é que não vai existir mais
espaço para cera e outros artifícios para roubar os minutos do jogo, deixar o
relógio passar. A entidade já negou essa possibilidade tempos atrás.
De todas as decisões já implementadas no futebol, essa seria a
mais radical, porque mudaria a concepção básica de uma partida. A
Fifa deve levar sua intenção adiante, com testes e muitos encontros com
representantes dos continentes.
Para o
próximo Mundial, a entidade já tinha batido o martelo sobre outra mudança:
o número de atletas convocados. Na mesma assembleia da International Board, a
entidade tinha sugerido que os técnicos das 32 seleções participantes da Copa
de 2022 poderiam convocar 26 jogadores – três a mais do que o habitual nos
últimos campeonatos mundiais. Também sugeriu – e foi acatado – que cada time
poderá colocar 15 atletas no banco (na Copa da Rússia eram 12) e fazer até
cinco substituições, em três interrupções, durante os confrontos. Até o Mundial
de 2018, eram permitidas apenas três alterações, mas isso mudou em função da
pandemia.
“Esta medida foi
introduzida, pela primeira vez, como um ajuste nas regras por causa da pandemia
da covid-19, mas seus resultados foram tão satisfatórios que os técnicos foram
unânimes em solicitar que a adotássemos permanentemente”, disse Infantino ao Estadão.
Nesta sexta, a Fifa confirmou que uma nova tecnologia para
detectar situações de impedimento será adotada nos 64 jogos da Copa, conforme o Estadão contou.
Conhecida também como “VAR Light”, essa tecnologia usa doze câmeras
posicionadas no teto do estádio e seguem os movimentos da bola e de cada
jogador. São 29 pontos de dados verificados 50 vezes por segundo, determinando
uma posição exata no momento do passe.
“Esta tecnologia foi testada em
cerca de uma centena de partidas, com a vantagem de ser mas ágil para ajudar os
árbitros a determinar situações de impedimento”, disse Infantino durante a 136ª
Assembleia Geral Anual do International Football Association Board, órgão que
regulamenta as regras do futebol.
Além das câmeras, a bola da Copa
do Catar, batizada de Al Rihla, será equipada com um sensor para medir seus
movimentos. A cada segundo, enviará cerca de 500 dados para a sala da
arbitragem eletrônica. Se houver situação de impedimento, os árbitros de vídeo
receberão um alerta – e poderão avisar os árbitros de campo sobre a
irregularidade.
Por: WSCOM com Estadão