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Serial killer de homossexuais é condenado a 104 anos de prisão por latrocínio e extorsão

Sexta-feira, 15 de julho de 2022
José Thiago Soroka é acusado de roubar e matar homens gays, em Curitiba e Santa Catarina.
José Thiago Soroka foi preso suspeito de matar homens homossexuais em Curitiba e Santa Catarina. (Foto: Reprodução/RPC)
O serial killer de homossexuais José Tiago Correia Soroka foi condenado a 104 anos, quatro meses e seis dias de prisão por latrocínio, roubo agravado e extorsão. A decisão, de sexta-feira (8), é da juíza Cristine Lopes, da 12ª Vara Criminal de Curitiba.

Soroka está preso desde 29 de maio do ano passado. À época, a polícia informou que ele confessou três crimes dos quais ele era suspeito, mas ainda investigava se ele havia cometido outros assassinatos.

Os policiais conseguiram chegar até Soroka a partir de uma vítima que sobreviveu. O crime aconteceu no dia 11 de maio do ano passado, no Bigorrilho, e o rapaz foi importante nas investigações.

Os advogados Piero Madalozzo e Rodrigo Riquelme Macedo, que defendem José Thiago Soroka, afirmaram nesta quinta-feira (14) que vão recorrer da decisão, porque entendem que o réu deve ser julgado por homicídio e não por latrocínio.

"Todas as provas produzidas durante o processo foram suficientes para demonstrar que o acusado não teve intenção de roubar as vítimas e já ingressou com recurso junto ao Tribunal de Justiça do Paraná para que seja revista a decisão de primeiro grau esperando que o caso seja levado a julgamento pelo Tribunal do Júri", diz a nota.

Soroka também foi condenado ao pagamento de 229 dias-multa.

Depoimento
Em maio do ano passado, em depoimento na delegacia, o suspeito disse que cometeu outros crimes, como roubos, anteriores aos assassinatos investigados, mas negou que tenha cometido outros homicídios.

Além disso, ele falou que as vítimas dos crimes não eram sempre homossexuais, mas que se reservava ao direito de não dar detalhes sobre os crimes.

Veja a transcrição do depoimento:
--Delegado:
Antes do senhor Robson Paim, em 17 de abril, o senhor teve alguma outra situação de pessoas, homossexuais que foram vítimas do senhor, que tiveram bens subtraídos?

--Soroka
Senhor, teve várias situações, mas nestes casos eu me reservo o direito e não responder.

--Delegado
Teve várias situações, mas pra gente entender, vitimas fatais ou não?

--Soroka
Não, senhor.

--Delegado
Vítimas que tiveram os bens subtraídos?

--Soroka
Sim, senhor

--Delegado
Sempre homossexuais?

--Soroka
Não, senhor.

--Delegado
Mulheres?

--Soroka
Não, senhor.

--Delegado
Sempre homens?

--Soroka
Sim, senhor.

--Delegado
O senhor não quer relatar sobre estes fatos?

--Soroka
Não, senhor.

Investigação
As investigações apontam que o suspeito usava aplicativos de encontros para ir até a casa das vítimas.

Durante o encontro, ele estrangulava os homens e deixava o local levando pertences deles.

Segundo a polícia, os elementos do interrogatório demonstram que os crimes possuem motivação por ódio, e que o suspeito pretendia fazer uma vítima por semana.
Segundo a polícia, serial killer usava aplicativos de encontros para ir até a casa das vítimas — Foto: Reprodução/RPC

Após a repercussão dos casos, conforme a polícia, o suspeito afirmou que não conseguia mais marcar os encontros porque a imagem dele ficou conhecida, mas alegou que chegou a dizer a uma possível vitima, durante as conversas no aplicativo, que era ele o serial killer que aparecia na TV.

De acordo com as informações prestadas por Soroka, a polícia estima que possam haver entre 10 e 20 pessoas possam ter sido vítimas de roubos do suspeito.

Segundo a polícia, ele disse que sempre agia do mesmo modo. Se a vítima reagisse, relutasse, ele a esganava até a morte.

As investigações apontam que Soroka morava em pensões e usava nomes falsos para se hospedar.

Ainda conforme a polícia, o suspeito disse que usava o dinheiro da venda dos pertences das vítimas para comprar drogas, e que buscava mudar de local na tentativa de fugir da polícia.
José Tiago Correia Soroka foi preso, em Curitiba — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Soroka
Segundo a polícia, José Tiago é de Palmas, no sul do Paraná, e passou a infância em Abelardo Luz, em Santa Catarina, onde matou um dos rapazes.

Antes de ser preso, em maio de 2021, ele estava morando em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Ele havia saído do emprego que trabalhava em março, conforme a polícia.

A polícia descobriu que José Tiago tem dois filhos. Ele já tinha passagem por roubo, em 2015 e 2019, e também uma medida protetiva por uma ex-namorada.



Por: g1 PR e RPC Curitiba

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