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PREOCUPAÇÃO PARA TODO PLANETA: UM TERÇO DA POPULAÇÃO ESTÁ COM SOBREPESO


OBESIDADE: UM TERÇO DA POPULAÇÃO DO PLANETA TEM SOBREPESO, MOSTRA PESQUISA

Sábado, 31 de Maio de 2014



















A população mundial não para de engordar, apesar dos alertas sobre os prejuízos causados pela obesidade. O diagnóstico está em um levantamento realizado em 188 países e divulgado ontem por pesquisadores da Universidade de Washington. De acordo com o relatório “Estudo do Impacto Global de Doenças”, que considerou o período entre 1980 e 2013, o contingente de pessoas acima do peso pulou de 857 milhões para 2,1 bilhões, o que equivale a um terço da população do planeta. A taxa de sobrepeso e obesidade em adultos cresceu 28%; entre as crianças, o aumento foi de 47%.

O Brasil está entre as dez nações mais gordas, com índices acima da média mundial. No país, 52% dos homens adultos estão acima do peso ou obesos; entre as mulheres, são 58%.

Metade dos obesos está em apenas dez nações. Os EUA lideram o ranking, seguidos por China, Índia, Rússia, Brasil, México, Egito, Alemanha, Paquistão e Indonésia.

— A presença do Brasil nessa lista não me surpreende — comenta o endocrinologista Walmir Coutinho, presidente da Federação Mundial da Obesidade. — Estimulamos o governo a tomar medidas drásticas, como aumentar o imposto sobre produtos calóricos e investir o recurso arrecadado em subsídio para alimentos saudáveis, que não são acessíveis para pessoas de renda baixa. É muito mais barato sair do supermercado com um carrinho cheio de biscoitos do que com frutas e legumes.

Levantamento pede ‘ação global urgente’

Nenhum dos países registrou redução no número de obesos nos últimos 33 anos. Segundo o relatório, publicado na revista “The Lancet”, faltam políticas públicas efetivas e é necessária uma “ação global urgente”.

— Há um aumento expressivo na obesidade nos países de economia emergente — alerta Isabela Bussade, professora de pós-graduação de Endocrinologia da PUC-Rio. — Antes, este fenômeno era restrito ao mundo ocidental. Agora vemos sua disseminação de forma pandêmica, para todos os continentes.

O cálculo da obesidade é feito com o Índice de Massa Muscular (IMC), que corresponde à divisão do peso do indivíduo com o quadrado de sua altura. Se o resultado foi entre 25kg/m² e 30kg/m², a pessoa está com sobrepeso. O obeso é aquele que passa desta marca.

“Ao contrário de outros riscos globais para a saúde, tais como tabaco, a obesidade não está diminuindo no mundo. Nossos dados mostram que o aumento da sua prevalência foi significativa, disseminada e ocorreu num curto período”, resumiu, em nota, a autora principal do estudo, Emmanuela Gakidou, da Universidade de Washington, nos EUA. “Entretanto, algumas evidências dão esperança de que o pico da epidemia já tenha ocorrido em alguns países desenvolvidos e que outras populações não atinjam taxas superiores a 40%, como as que foram registradas nas nações em desenvolvimento”.

Nos países desenvolvidos, a obesidade começou a aumentar na década de 1980, registrou um pico na década seguinte, mas começou a desacelerar a partir de 2006. Enquanto isto, no mundo em desenvolvimento, o índice deve continuar crescendo, segundo previsões do estudo.

Emmanuela lembra que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu uma meta de interromper o aumento da obesidade em 2025, mas considera o objetivo “muito ambicioso” e diz que provavelmente não será atingido sem um esforço maior em pesquisa e programas de controle.

Por outro lado, especialistas concordam que a população está cada vez mais consciente da importância da dieta saudável e da atividade física, o que pode provocar mudanças nesses índices nas próximas décadas. Coutinho, por exemplo, cita um estudo apontando o aumento da prática de exercícios no Brasil, mas ressalta que o sedentarismo ainda é grande, especialmente na classe C, que gasta horas em meios de transporte e não tem tempo para praticar esportes.

Segundo a OMS, as doenças cardiovasculares estão entre os principais prejuízos do sobrepeso, sendo a maior causa de morte no mundo, com mais de 17 milhões de óbitos em 2008.

— A eficácia de remédios para baixar colesterol e os tratamentos avançados para o câncer estão entre os fatores que evitam um retrocesso na expectativa de vida, mas a obesidade vai provocar impactos muito fortes — alerta Coutinho. — Vivemos mais, só que com mais doenças como diabetes, artrose e restrição de mobilidade.

Taxa acelerada para crianças e adolescentes

A preocupação hoje é maior no grupo de crianças e adolescentes, que está engordando numa velocidade ainda maior que os próprios adultos. Nos países desenvolvidos, o índice de meninos que estão acima do peso pulou de 17% para 24%; entre as meninas, foi de 16% para 23%. Nas nações em desenvolvimento, os jovens obesos ou com sobrepreso foram de 8% para 13%.

— A obesidade infantil é um problema de saúde pública que tem uma forte associação com o sedentarismo. As crianças atualmente têm um nível de atividade física não programada, como as brincadeiras de rua, muito menores do que décadas atrás, algo muito associado à urbanização e à violência — explica Isabela.

Para Isabela, os índices apontados pela pesquisa mostram a importância de implementar programas de educação alimentar desde o início da vida:

— É melhor do que apenas colocar a criança sempre em dieta. Ela precisa adquirir hábitos saudáveis desde o início da vida.



Fonte: oglobo.com

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Formado em radialismo,Cursou A FUNETECE,Ensino médio Completo,E-mail: radialistasergiothiago@gmail.com.
 
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