Lula quer interferir mais no Dilma II e diz que voltará em 2018
Quinta, 30 de Outubro de 2014
Internamente, o PT já trata a candidatura de
Lula como algo oficial
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentará interferir mais no governo
Dilma Rousseff e, em conversas recentes, disse pela primeira vez a aliados que
será candidato ao Planalto em 2018.
Diversos
interlocutores consultados pela Folha confirmaram ter ouvido o recado do
petista. Alguns, inclusive, afirmam que a manifestação foi feita no domingo
(26), depois de as urnas terem confirmado a vitória de Dilma.
O
próprio ex-presidente já disse a aliados que não sabe como estará sua saúde
daqui a quatro anos. Após deixar a Presidência, em 2011, ele se curou de um
câncer na garganta.
Por
meio de sua assessoria, Lula soltou uma nota em que diz: "No último
domingo, dia da eleição, quando perguntado sobre 2018, declarei que,
completando 69 anos, minha única expectativa para daqui a quatro anos é estar
vivo."
No
atual mandato, Lula quer ser mais ouvido quando em situações de crise e
dificuldades com o Congresso.
Durante
a campanha, a presidente afirmou que daria todo apoio ao padrinho se ele
quisesse voltar. No início do segundo turno, interlocutores de ambos os lados
notaram distanciamento entre eles. Lula só entrou de cabeça na reta final da
eleição.
Tudo
indica, afirmam aliados, que a dinâmica da relação mudará agora. Dilma, dizem
assessores, sabe que o antecessor fará queixas públicas se não for ouvido.
A
disposição do ex-presidente de disputar 2018 conta com um estimulo nada
irrelevante: o desejo da mulher, Marisa Letícia.
A
articulação que pedia o retorno do ex-presidente para a disputa de 2014 foi
forte no primeiro semestre de 2013, mas acabou abafada no encontro nacional do
PT, em maio. Seus principais defensores eram empresários descontentes com o
estilo de Dilma e petistas que perderam espaço na atual gestão.
O PT
também fará mais pressões. Quer ser mais ouvido na definição dos novos nomes do
governo, principalmente na do novo ministro da Fazenda, e participar da
definição de propostas como a reforma política.
Em
entrevista nesta terça (28), Dilma disse que "o que o Lula quiser ser, eu
apoiarei".
Folha
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