Segunda-feira, 29 de abril-(04) de 2024
De acordo com a pasta, a papilomatose respiratória
recorrente é uma doença pouco frequente, em geral benigna, mas que pode causar
grave comprometimento
© Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Pacientes com papilomatose respiratória recorrente
passaram a integrar os grupos prioritários para a vacinação contra o HPV. A
inclusão, de acordo com o Ministério da Saúde, foi motivada por publicações que
demonstram os benefícios da vacina como tratamento auxiliar para a doença,
indicando redução no número e no espaçamento de recidivas em pacientes
imunizados.
A vacina contra o HPV, no caso de pacientes com papilomatose
respiratória recorrente, será ofertada mediante apresentação de prescrição
médica. Para pacientes menores de 18 anos de idade, é necessário apresentar
também um documento com o consentimento dos pais ou de responsáveis.
Doença
De acordo com a pasta, a papilomatose respiratória recorrente é
uma doença pouco frequente, em geral benigna, mas que pode causar grave
comprometimento clínico e psicológico nas pessoas afetadas. O quadro acomete
tanto crianças como adultos.
Causada pela infecção pelo próprio HPV, sobretudo pelos tipos 6 e
11, a doença caracteriza-se pela formação de verrugas, geralmente na laringe,
mas que podem se estender para outras partes do sistema respiratório.
O tratamento é cirúrgico, para remoção das verrugas das cordas
vocais e da laringe. “Mesmo com uso concomitante de medicamentos que podem ser
associados ao procedimento, as recorrências são frequentes, sendo necessários
repetidos procedimentos cirúrgicos”, destacou o ministério.
“Nos quadros de pior evolução em crianças, as recidivas são mais
agressivas e o prognóstico é pior. Dessa forma, o tratamento, na maioria das
vezes, é extremamente custoso, doloroso e, muitas vezes, ineficaz”, diz a
pasta.
Dose
única
Desde fevereiro, a estratégia de vacinação contra o HPV no país
passou a ser feita em dose única, substituindo o modelo de duas doses. A
proposta, segundo a pasta, é intensificar a proteção contra o câncer de colo do
útero e outras complicações associadas ao vírus, inclusive a papilomatose
respiratória recorrente.
O esquema dose única contra o HPV foi embasado por estudos de
eficácia e segue as recomendações mais recentes feitas pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Quem
pode se vacinar
A imunização contra o HPV no Brasil, atualmente, é indicada para
meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade; vítimas de abuso sexual de 15 a 45
anos (homens e mulheres) que não tenham sido imunizadas previamente; pessoas
que vivem com HIV; transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea; e
pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.
Testagem
Em março, o ministério anunciou a incorporação ao Sistema Único de
Saúde (SUS) de um teste para detecção de HPV em mulheres classificado pela
própria pasta como inovador. A tecnologia utiliza testagem molecular para a
detecção do vírus e o rastreamento do câncer do colo do útero, além de permitir
que a testagem seja feita apenas de 5 em 5 anos.
A forma atual de rastreio do HPV, feita por meio do exame
conhecido popularmente como Papanicolau, precisa ser realizada a cada três
anos. A incorporação do teste na rede pública passou por avaliação da Comissão
Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec),
que considerou a tecnologia mais precisa que a atualmente ofertada no SUS.
Infecção
O HPV é considerado atualmente a infecção sexualmente
transmissível mais comum em todo o mundo e o principal causador do câncer de
colo de útero. A estimativa do ministério é que cerca de 17 mil mulheres sejam
diagnosticadas com a doença no Brasil todos os anos.
Apesar de se tratar de uma enfermidade que pode ser prevenida, o
câncer de colo de útero segue como o quarto tipo de câncer mais comum e a
quarta causa de morte por câncer em mulheres – sobretudo negras, pobres e com
baixos níveis de educação formal.
Por: Agência Brasil