Sobre Caldas Brandão/PB: Arlinda Marques realiza 324 cirurgias neurológicas em 2014
com redução de custo médio por paciente em 23%
Sábado, 21 de Fevereiro de 2015
O
Complexo de Pediatria Arlinda Marques (CPAM), que integra a rede
hospitalar do Estado, aumentou em 107% os procedimentos
cirúrgicos na área de neurocirurgia em 2014 com redução média de 23% nos
custos por paciente. No ano passado, foram realizadas 324 cirurgias
neurológicas contra 156 em 2013. Além dos procedimentos cirúrgicos, foram
realizados 877 atendimentos ambulatoriais.
Os
dados foram apresentados pelo diretor geral da unidade de saúde, Bruno Leandro
de Souza, ao afirmar que o Arlinda Marques desponta como
o maior serviço infantil da Paraíba, com enfoque principal em alta complexidade
e destaque para a área de neurocirurgia infantil.
De
acordo com o diretor geral, é importante ressaltar que, além do aumento de
procedimentos, houve diminuição dos custos médios por cirurgias em 23%, mesmo
sendo introduzidas novas tecnologias como neuronavegação magnética, “que
garante resultados cirúrgicos mais precisos e menor índice de sequelas nos
pacientes com problemas neurológicos, tais como malformações congênitas e
tumores” , explicou Bruno Leandro de Souza.
Ele
disse ainda que o Hospital Arlinda Marques foi o primeiro serviço
público de saúde das regiões Norte e Nordeste a investir em alta
tecnologia com redução de custo e utilizando a prototipagem no
tratamento cirúrgico dos pacientes.
Um
dos destaques do Serviço Neurocirurgia Pediátrica foi o de uma
criança com Síndrome de Down que voltou a andar após passar por um procedimento
cirúrgico. “Minha filha renasceu. Ela voltou a viver. E o que me deixa mais
feliz é ver o sorriso estampado no seu rosto”, comemorou a
agricultora Odete Maria de Assis, 57 anos. Ela reside no município
de Cajá (Caldas Brandão) e é mãe da adolescente Maria Edlane da Silva, de
apenas15 anos de idade.
Odete
Maria contou que sua filha nasceu com Síndrome de Down, mas até os 13 anos
brincava e estudava como as demais crianças da sua idade. Depois dessa idade,
passou a perder os movimentos do corpo e apresentar outros problemas de saúde.
Em novembro de 2013, ela foi trazida ao Hospital Arlinda Marques e passou a ser
atendida pelo neurologista Christian Diniz Ferreira, que é chefe do
setor.
Ele
lembra que a criança chegou ao hospital tetraplégica sem os movimentos dos
braços e das pernas e por isso precisava urgente de uma intervenção
cirúrgica. O procedimento realizado foi uma fixação atlanto axial, que
teve o objetivo de corrigir a instabilidade das duas primeiras vértebras
cervicais (atlas e axis). De acordo com o médico, 60% dos pacientes portadores
de síndrome de Down apresentam frouxidão nos ligamentos, como foi o
caso da adolescente Maria Edlane da Silva.
Passado
todo esse período de avaliação e acompanhamento médico, a criança voltou ao
hospital no dia 6 de novembro do ano passado já caminhando e com todos os
movimentos dos braços e pernas recuperados. Depois de feita a avaliação,
o médico Christian Diniz Ferreira solicitou um raio X do local da cirurgia e um
exame de urina apenas para controle. “Ela está bem, a recuperação está dentro
do esperado e a cirurgia foi um sucesso”, comemorou o neurologista. Ele disse
ainda que a paciente vai continuar com o tratamento de fisioterapia que é
realizado duas vezes por semana na cidade de Mari.
Uma
pessoas que acompanhou todo o tratamento da jovem, foi presidente da Associação
dos conselheiros e ex-conselheiros Tutelares da Paraíba, Lenon Jânio
Fontes de Sousa. Ele afirmou que para a realização da cirurgia contou com todo
apoio do então secretário de Saúde, Waldson Dias de Souza e do diretor geral do
Hospital Arlinda Marques, Bruno Leandro de Souza, que, juntamente com toda a
equipe médica, não mediram esforços para que o procedimento cirúrgico fosse
feito o mais rápido possível.
Que
também acompanhou o tratamento da adolescente foi a
psicopedagoga Teresa Cristina Pallottin, que atua na área de saúde
do Conselho Tutelar Região Sul de João Pessoa. Ele enalteceu todo o empenho da
equipe médica responsável pela cirurgia como também do apoio que recebeu da
direção do hospital. “Estamos todos de parabéns por mais essa vitória que não é
só dessa paciente, mas de todos nós, pois não tem nada mais gratificante na
vida do que você ver o sorriso estampado no rosto de uma criança” comemorou.
Ela afirmou ainda que sempre tem buscado o apoio do Arlinda Marques quando
precisa de atendimento em todas áreas para crianças e sempre
foi bem recebida e atendida. “Esse hospital é um marco na área de
atendimento em pediatria”, destacou a psicopedagoga.
Prototipagem
Rápida
Outro destaque do Arlinda Marques durante o
ano de 2014 é que o Hospital passou a ser a primeira unidade
de saúde pública das regiões Norte e Nordeste a realizar a Prototipagem
Rápida ou Manufatura Aditivada para procedimentos neurocirúrgicos. O
planejamento cirúrgico, por meio da prototipagem rápida, tem por objetivo
propiciar intervenções mais rápidas e menos arriscadas, com custos também
menores.
De
acordo com o professor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Rômulo Oliveira,
esse procedimento é um processo de construção de modelos físicos da anatomia
humana. “Esses modelos são baseados nas tomografias computadorizadas do
paciente. Desta forma, os protótipos são individualizados e representam com
fidelidade a estrutura anatômica”, explicou.
Ainda
segundo o professor, as técnicas de prototipagem rápida são baseadas no
princípio de construção de um modelo 3D – camada por camada – e o resultado
final é uma cópia em escala real da região anatômica escolhida.
Como
exemplo dessa nova técnica cirúrgica, o professor Rômulo Oliveira cita um caso
em que uma menina tinha uma escoliose grave. “Produziu-se um modelo 3D, que
facilitou a equipe do médico Christian Diniz, chefe do serviço de Neurocirurgia
do Hospital Arlinda Marques, a abordar a patologia com conhecimento prévio da
anatomia e das nuances que sua equipe iria enfrentar”, afirmou.
O
diretor geral do Complexo de Pediatra Alinda Marques, Bruno Leandro de Souza,
explicou que essa nova técnica representa mais um avanço na área de alta
complexidade e mostra mais uma vez a disposição e a determinação do Governo do
Estado em dotar o Arlinda Marques do que há de mais moderno na área de saúde
infantil e com isso proporcionar um atendimento com qualidade e mais eficaz às
crianças paraibanas e até mesmo de outros estados que procuram a
unidade em busca de atendimento especializado em pediatria.
“Para
nós é uma grande satisfação termos a oportunidade de utilizar a prototipagem na
neurocirurgia, tecnologia presente em poucos serviços de neurocirurgia do
Brasil, para realizar as cranioplastias, (procedimentos
realizados para corrigir falhas ósseas), cranioestenoses (fechamento
precoce das suturas), onde planejamos previamente os cálculos e medição dos
avanços juntamente com matemático, facilitando o transoperatório e reduzindo o
tempo cirúrgico”, comemorou o médico Christian Diniz.
Ele
afirma também que com a criação do centro de deformidades faciais e da coluna
vertebral, e principalmente na escoliose, a prototipagem é muito importante
para os cirurgiões estudarem as rotações, cifoses e angulações da coluna,
facilitando o planejamento da colocação dos parafusos e dos seus respectivos
tamanhos, tendo conhecimento prévio dos pedículos distorcidos anatomicamente
pela doença. “Esse feito deveu-se ao apoio de uma firma privada,
juntamente com o LT3D- NUTES-UEPB/CAMPUS I/ Paraíba e Governo do Estado que
tornaram possível a realização deste projeto”, finalizou.
Sobre o
serviço
OServiço de Neurocirurgia Pediátrica do
Arlinda tem o objetivo de atender a grande demanda paraibana de crianças
com patologias neurocirúrgicas. É o único serviço de referência do Estado
da Paraíba para procedimentos neurocirúrgicos pediátricos, recebendo até
crianças de Estados vizinhos com uma média de 180 procedimentos
neurocirúrgicos por ano.
O
serviço é composto por uma equipe composta por Neurocirurgiões, cirurgiões
pediátricos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, intensivistas
neurologistas, neuropsicólogos, pediatras, oncologistas, assistente social
primando por um atendimento multidisciplinar e com uma
estrutura de alta complexidade, recursos humanos, físicos e
materiais adequados, e com isso o Complexo “ tem ampla condição de oferecer à
população pediátrica um atendimento adequado e de qualidade”, garantiu
Christian Diniz Ferreira.
O
Serviço de Neurocirurgia Pediátrica do Complexo Pediátrico Arlinda Marques
realiza microcirurgia de tumores cerebrais; microcirurgias de tumores
medulares, tratamento neuroendoscópico para hidrocefalias e tumores cerebrais;
Cirurgia de cranioestenose; Cirurgia para epilepsia, incluindo
amígdalo-hipocampectomia seletiva, hemisferectomia, para controle da atividade
epiléptica; reeconstrução complexa craniofacial para tratamento de deformidades
congênitas ou traumáticas craniofaciais; Intervenção neuroradiológica para
malformações arteriovenosas (MAV) e monitorização de pressão intracraniana e
oximetria cerebral contínua para as lesões cerebrais.
Fonte: Araruna
Online, com Secom-PB