Dona Elizabeth: Uma mulher marcada para viver
Sábado, 14 de Fevereiro de 2015
Hoje e amanhã, eventos em Sapé e Lagoa Seca, respectivamente,
comemoram os 90 anos da líder sindical Elizabeth Teixeira.
Foto: Kleide Teixeira
“Assim como tivemos João Pedro Teixeira como o 'Cabra marcado
para morrer', chamamos Elizabeth Teixeira de 'Mulher marcada para viver'. O
sentimento que temos hoje é de profunda gratidão”, resume o professor Antonio
Alberto Pereira, diretor de projetos do Memorial das Ligas Camponesas, sobre a
protagonista do clássico documentário dirigido por Eduardo Coutinho
(1933-2014), que completa nesta sexta-feira 90 anos de vida.
A data será comemorada no
próprio memorial, localizado na Barra de Antas, em Sapé, na Zona da Mata
paraibana, a partir das 14h, com entrada gratuita. O local era a casa do líder
sindical João Pedro, marido de Elizabeth Teixeira assassinado em 1962, e foi
tombado em 2012 pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba
(Iphaep).
De acordo com Antonio
Alberto, o evento terá a participação da Dona Elizabeth com os seus filhos,
netos e bisnetos. Haverá participação do maestro Geraldo Menucci, que
apresentará o 'Hino do camponês', obra musical criada em 1962 por ele com letra
de Francisco Julião. Sob a batuta de Menucci, a Banda Santa Cecília de Sapé e o
Coral Voz Ativa de João Pessoa.
Ainda segundo o diretor de
projetos do memorial, os cantores Adeildo Vieira e Gláucia Lima também se
apresentarão, assim como o Coco de Roda Novo Quilombo do Ipiranga Gurugi, do
município do Conde.
“Será um grande evento com
participação popular”, explica Antonio Alberto Pereira. “Teremos a presença do
presidente do memorial, Luiz Damázio de Lima, de sindicatos, ONGs, movimentos
sociais, universitários e escolas da região”.
O organizador das
comemorações ainda frisou um desejo que Elizabeth Teixeira sempre carregou
consigo. Indagada sobre o que ela queria para o seu aniversário, Dona Elizabeth
não hesitou: “Eu quero a reforma agrária”, um desejo inabalável que está
registrado no documentário Cabra Marcado para Morrer.
NO SÁBADO
Depois da abertura política do país, o documentário Cabra Marcado para Morrer foi finalizado e lançado no ano de 1984 (veja mais sobre o filme no box ao lado).
Depois da abertura política do país, o documentário Cabra Marcado para Morrer foi finalizado e lançado no ano de 1984 (veja mais sobre o filme no box ao lado).
No começo de 2013, o diretor
Eduardo Coutinho e sua equipe voltaram à Paraíba para rodar documentários
complementares para uma edição restaurada do DVD da produção. Um desses
registros, intitulado A Família de Elizabeth Teixeira, será apresentado
gratuitamente amanhã, às 16h, no Centro de Formação do MST João Pedro Teixeira,
em Lagoa Seca, no Agreste paraibano, como parte das comemorações dos 90 anos da
paraibana.
“Estive várias vezes com
Elizabeth, mas não tive contato com nenhum de seus filhos”, enuncia logo na
primeira cartela do novo documentário. Nele, o cineasta paulistano revê depois
de 30 anos os personagens: reencontra Marta e Marinês na favela de Ramos (no
Rio de Janeiro), Isaac (que estava em Cuba na época do Cabra Marcado para
Morrer), Carlos e Nevinha, todos esses últimos na Paraíba.
Após a exibição, Antonio
Alberto Pereira também informa que será inaugurado no centro a Escola de
Formação de Trabalhadores Elizabeth Teixeira.
Mais informações sobre os eventos podem ser encontradas no site www.ligascamponesas.org.br.
Mais informações sobre os eventos podem ser encontradas no site www.ligascamponesas.org.br.
AUDACI JUNIOR/JORNAL DA PARAÍBA