Quarta-feira, 22 de Abril de 2015
O desmatamento da Amazônia Legal foi de 58 km² em
março de 2015, um aumento de 195% em relação ao
mesmo mês no ano anterior, quando foram derrubados 20 km² de florestas. Os dados são do monitoramento
não oficial produzido pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do
Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Os dados do SAD revelaram tendência de aumento da devastaçãoem todos os meses de 2015. Foram registradas taxas de
desmatamento de 288 km² em janeiro e de 42 km² em fevereiro - o que representa um aumento
de 169% e 282%, respectivamente, em comparação com os mesmos meses de 2014.
Os Estados que mais sofreram com o desmatamento em março de 2015,
segundo o SAD, foram Mato Grosso (76%)
eAmazonas (13%), seguidos por Rondônia (8%), Tocantins (2%)
e Pará (1%).
Em março, 86% do desmatamento aconteceu
em áreas privadas, 9% em
assentamentos de reforma agrária e 5% em unidades
de conservação. Os municípios mais desmatados foram Feliz Natal e Itaúba, ambos em
Mato Grosso.
A devastação
acumulada nos oito primeiros meses do calendário oficial de medição do
desmatamento - de agosto de 2014 a março de 2015 - chegou a 1.761 km². O
aumento foi de 214% em relação aos 560 km² desmatados no período anterior. De
agosto de 2014 a março de 2015, Mato Grosso liderou o ranking do desmate, com
639 km² - aumento de 640%.
O Imazon também
publicou dados sobre a degradação florestal - as áreas em que as árvores não
sofreram corte raso, mas onde a floresta foi excessivamente explorada ou
atingida por queimadas.
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 15 km² em março, aumento de 200% em relação a
março de 2014, quando foram registrados 5 km² de degradação.
O boletim adverte que a extensão do desmatamento e a degradação da
floresta registrada em março de 2015 podem estarsubestimadas, já que
53% da área florestal amazônica estava coberta por nuvens e, portanto, fora do
alcance dos satélites. Em março de 2014, as nuvens cobriam 58% da floresta.
Sistema alternativoO
SAD usa imagens do mesmo sensor e do mesmo satélite empregados pelo Sistema de
Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), que fornece ao governo federal as informações sobre
novas áreas de desmatamento na Amazônia, auxiliando nas operações de repressão
à devastação ilegal. No entanto, as metodologias usadas pelo Inpe e pelo Imazon
são distintas.
O Inpe ainda não
divulgou os dados do Deter para março de 2015. Mas, em março de 2014, o sistema
registrou 53 km² de áreas com alterações florestais, que sofreram corte raso e
degradação.
Os últimos dados do
Deter, divulgados no dia 2 de março, cobriam o período entre novembro de 2014 e
janeiro de 2015. Naquele trimestre, as áreas com alterações florestais chegaram
a 291 km² - um aumento de 5% em relação ao mesmo período de um ano antes.
Já os dados do SAD do
Imazon para o trimestre entre novembro de 2014 e janeiro de 2015 indicavam que
as alterações florestais teriam chegado a 1.163 km², com um aumento de 326% em
relação ao mesmo período do ano anterior.
Brasil Post