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Vela provocou incêndio que matou duas meninas na PB, confirma laudo

Quarta-feira, 29 de Abril de 2015
Laudo dos Bombeiros foi divulgado nesta terça-feira (28). Colunas de fogo impediram que crianças saíssem do cômodo, diz laudo.
Filha pediu para vela ficar acesa por medo do
escuro (Foto: Walter Paparazzo/G1)

Foi uma vela que deu início ao incêndio que matou duas crianças na noite do dia 8 de abril, na comunidade Riachinho, em João Pessoa, de acordo com o laudo do Corpo de Bombeiros divulgado nesta terça-feira (28). Segundo o relatório, a vela caiu sobre o colchão de uma cama de solteiro, que estava próxima à porta de saída do quarto, o que impediu que as duas crianças conseguissem sair do local.

Aas duas meninas estavam dormindo no quarto da casa quando o fogo começou, enquanto a mãe, Cibele Campos de Oliveira, de 26 anos, e um irmão delas, de seis anos, dormiam na sala. As duas meninas não conseguiram fugir e morreram abraçadas no quarto.

Segundo o perito responsável pelo laudo, o tenente Rafael Andrade, o cômodo onde o fogo começou era pequeno e tinha muitos materiais combustíveis como tecido, espuma e madeira, facilitando a rápida propagação das chamas. “O incêndio surgiu a partir do contato da vela, que estava em cima de um banco de plástico, com a superfície do tecido sobre o colchão, que estava encostado na parede, bem próximo à porta”, detalhou.

O laudo ainda revelou que foram apenas seis segundos entre a queda da vela e o início da combustão do colchão e em mais três minutos o fogo formou uma coluna térmica alta que impediu tanto a entrada quanto a saída de alguém do quarto, mesmo com a porta aberta.
A queima da madeira e da espuma produziu grande quantidade de gases inflamáveis e tóxicos, que começaram a se propagar por outras partes da casa de aproximadamente 60 metros quadrados, segundo o laudo. "Esse extravasamento de fumaça e gases foi contido pelos moradores locais e pelo Corpo de Bombeiros”, contou o perito.

Ainda segundo Rafael Andrade, foram encontrados vestígios de vela derretida embaixo da cama de solteiro, próximo ao foco inicial do incêndio. Este fato fez com que  os Bombeiros descartassem as hipóteses de fenômeno termoelétrico (com curto circuito) ou natural (desabamento, raio).

Incêndio
Além de destruir o quarto, o fogo ainda se espalhou e destruiu parte da casa. Os vizinhos controlaram o fogo, arrombaram a porta e ajudaram a resgatar a mãe e o filho caçula. A vela que causou o incêndio foi deixada acesa porque uma das crianças tinha medo de dormir no escuro. A mãe relatou que a filha mais nova pediu que a mãe deixasse a vela acesa. A energia elétrica da casa em que moravam Cibele, as duas meninas e o filho mais novo havia sido cortada por falta de pagamento.

“Eu tive pena da mais nova, porque ela não queria dormir no escuro. A mais velha, não. A mais velha disse para deixar a vela apagada, que não queria a vela acesa. Aí eu disse ‘não filha, sua irmã não quer, ela até chorou antes’. Ela insistiu que queria dormir com a vela apagada, mas eu deixei acesa, fora da cama. Acho que em alguma hora o gato bateu e virou no colchão”, relembrou.


Ainda de acordo com Cibele Campos, que trabalha como empregada doméstica, ela chegou a solicitar ajuda ao pai das crianças para quitar o débito com a concessionária de energia elétrica na Paraíba, a Energisa, mas ele não pode deixar o dinheiro. Por conta do uso das velas com os filhos pequenos em casa, Cibele contou que pediu à ex-sogra que passasse um tempo com as crianças até que o débito fosse quitado e a energia elétrica religada, mas também não conseguiu ajuda.



Do G1 PB

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Formado em radialismo,Cursou A FUNETECE,Ensino médio Completo,E-mail: radialistasergiothiago@gmail.com.
 
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