Sexta-feira, 09 de Outubro de 2015
Atrair o PSB de volta para a base do
governo será o próximo passo a ser seguido pela articulação política do
Planalto, preocupada, principalmente, em formar maioria na Câmara e no Senado,
contra os pedidos de impeachment de presidente Dilma Rousseff. No último mês,
Dilma enviou emissários ao partido, antes da reforma, e até sinalizou com um
ministério em articulação com os três governadores do partido, Rodrigo
Rollemberg (DF), Reinado Coutinho (PB) e Paulo Câmara (PE), recebidos no
Planalto pela presidente.
A investida com o cargo, no entanto, não foi eficiente para
trazer os socialistas. O governo, agora, aposta agora nas conversas sobre a
eminência de um “golpe da direita” e quer contar com os votos do partido contra
um eventual processo de impeachment.
A bancada do partido na Câmara cogita a reaproximação. O
líder, deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (PE), chamou os deputados para um
café da manhã, na última quarta-feira (7), fora da Câmara, para discutir os
rumos da bancada. A reaproximação com o governo é um dos principais assuntos a
ser tratado. “Aqui na Paraíba, presidenta, o povo sabe o que esperar do seu
governo, que vai até o final de 2018, junto com o nosso governo”, disse.
Segundo ele, atualmente existe um cerco “que parece não acabar”, mas que o povo
tem a consciência de que o tema “eleição” será discutido em 2018. “Enquanto
isso, deixa quem foi eleito governar e governar cada vez melhor”, afirmou
Ricardo Coutinho em recente encontro com a presidente.
Integrantes da bancada defendem um “reposicionamento” do
partido, agora, contra o impeachment para uma eventual “conversa futura” com o
governo. O líder do partido na Câmara tem sido uma interlocução importante. Ele
é filho do ex-ministro Fernando Bezerra, que ocupou a pasta de Integração Nacional
no primeiro mandato de Dilma, indicado pelo então presidente do partido Eduardo
Campos, que foi candidato a presidência em 2014 e morreu em um acidente de
avião.
O PSB rompeu com o governo em 2013 para lançar a campanha de
Campos. Na época, o partido contou com dissidências importantes como a dos
irmãos Cid e Ciro Gomes, que levaram com eles, para o PROS, todo partido
organizado no Ceará. Já a direção do partido é contrária à reaproximação, no
entanto, tem pouca influência sobre a bancada. O presidente da legenda, Carlos
Siqueira, mantém o discurso de que o partido busca uma linha de “centro
esquerda” e de “independência”. Já a bancada, nas contas do Planalto, tem pelo
menos 18, de seus 31 deputados a favor de Dilma.
Imagem
O enfraquecimento do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), perante os deputados, tem servido também de
oportunidade de reaproximação até com parlamentares do PSB, mais alinhados com
a oposição e que começam a defender que a crise de imagem da presidente, embora
grave, “atravessou a rua”. Parlamentares do PSB passaram a avaliar que a
sociedade tem se voltado muito mais contra Cunha do que contra Dilma devido as
recentes notícias de suspeitas de corrupção envolvendo o presidente da Câmara.
Este pensamento tem servido de combustível para o reposicionamento do partido.
Redação do PBAgora