Segunda-feira, 16 de Novembro de 2015
O
campeonato da Série B do Brasileirão ainda não chegou ao fim, mas o Botafogo já respira aliviado com a sensação de
dever cumprido. Com três rodadas de antecipação, o Glorioso conquistou sua
volta à Série A coroando o bom trabalho de um ano que começou com muitas
incertezas.
A
principal delas, sem dúvida, dizia respeito às condições administrativas.
Imerso em uma profunda crise financeira, que provocou a saída de diversos
jogadores importantes do elenco por decisões judiciais em 2014 alegando atraso
de salários, o alvinegro carioca precisava se adequar a um planejamento
bastante austero de investimentos a partir de 2015.
Ciente de
suas limitações financeiras, o Botafogo decidiu estabelecer um teto salarial de
R$ 60 mil para a montagem do elencoque disputaria
a Série B deste ano. A exceção seria o goleiro Jefferson, líder e principal
jogador da equipe, que foi um dos poucos remanescentes da desastrosa campanha
de 2014.
Desconfiança
Para
liderar a nova fase, o atual presidente alvinegro, Carlos Eduardo Pereira,
resolveu apostar em uma dupla experiente: trouxe o ex-técnico Antonio Lopes
como coordenador de futebol e René Simões como treinador. A escolha dos dois
causou bastante desconfiança entre os torcedores, como nos revela Rodrigo
Federman, do blog Cantinho Botafoguense: “Confesso que não gostei do anúncio do
René Simões e do Lopes. No caso do René, nunca teve currículo vencedor. É mais
palestrante do que treinador de campo. Já o Lopes, como treinador, nunca me
agradou. Mas, diferente do René Simões, tem currículo e títulos expressivos que
não podem ser questionados”.
Apesar das
críticas, a dupla conseguiu mostrar o bom trabalho montando um elenco
competitivo dentro das possibilidades econômicas do Glorioso, que surpreendeu a
muitos no campeonato estadual faturando o título da Taça Guanabara (equivalente
ao primeiro turno do Carioca) e o vice-campeonato contra o Vasco. O bom ritmo
se manteve no início da Série B, com o time largando na liderança e ficando
oito rodadas invicto. Porém, a oscilação da equipe sob o comando de René e
uma precoce eliminação na Copa do Brasil provocaram a demissão do então
técnico.
Incógnita
Com a
saída de René, o Botafogo resolveu apostar em Ricardo Gomes. Vítima de um AVC
em 2011, quando comandava o Vasco da Gama, Gomes se encontrava afastado dos
gramados desde então e pouco se sabia a respeito de suas reais condições de
trabalho. “Apesar da volta do Ricardo Gomes aos gramados ter sido uma incógnita
(devido ao tempo afastado no futebol), gostei quando ele foi anunciado. Eu
sempre o admirei como zagueiro e treinador. Inegavelmente é muito melhor do que
o seu antecessor”, afirma Federman.
Apesar de
um início complicado, marcado por uma sequência de resultados ruins, a escolha
de Gomes se mostrou acertada, e, após algumas rodadas no comando da equipe, o
treinador conseguiu dar sua cara ao time, consolidando-se na liderança da Série
B e levando à tão aguardada volta à Série A. Diante do sufoco passado pelo
Vasco da Gama em 2014, quando a equipe cruzmaltina garantiu o acesso na
penúltima rodada e terminou a classificação apenas um ponto à frente do quinto
colocado, esperava-se que a campanha do Botafogo fosse um pouco mais complicada
do que realmente se mostrou. “Não achei que sofreríamos igual ao Vasco em 2014,
mas confesso que não esperava que fosse tão mais simples e fácil permanecer no
G4 desde a segunda rodada, levando um ‘sustinho’ apenas na reta final do
primeiro turno. O segredo do Botafogo na Série B foi sem segredo: Camisa. Ela
pesa. E em muitos jogos ficou evidente nos resultados finais”, afirma
Federman.
Único time
garantido matematicamente na Série A até o momento, o Botafogo agora busca o
título da Série B para marcar a boa temporada. No momento, o time lidera o
campeonato com 68 pontos, cinco a mais que América Mineiro e Vitória, segundo e
terceiro colocados, respectivamente, faltando apenas dois jogos para o término
da competição.
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