Segunda-feira, 02 de Novembro de 2015
Hoje começa o fim de semana, e muitos brasileiros planejam
as mais do que tradicionais peladas, com três, quatro horas de futebol. A
princípio, diversão e sinal de que, afinal, não são sedentários. Mas a batida
expressão “só-que-não” nunca teve uso tão apropriado. Não só são sedentários
quanto temerários. O exercício visto pela lente da ciência revela que a pelada
pode até ser divertida, mas não traz benefício para a saúde. Na verdade, é
arriscada. O mesmo vale para desportistas de fim de semana em geral. São os
motoristas de domingo da saúde. Retrato de um país sedentário, em que só 30% da
população é fisicamente ativa e apenas entre meros 2% a 5% fazem exercícios em
volume ideal. No Brasil, 300 mil pessoas morrem por ano de doenças associadas
diretamente ao sedentarismo, uma a cada dois minutos, diz o médico Victor
Matsudo, consultor da Organização Mundial de Saúde (OMS) para atividade física
e coordenador da Rede de Atividade Física da América Latina.
No mundo, afirma ele, são 5,3 milhões de mortes por ano. O vírus
ebola, observa ele, matou cerca de 16 mil pessoas em 18 meses.
— De ontem para hoje, 154 mil pessoas
no mundo morreram dessas doenças, principalmente as do coração. O sedentarismo
é o fator de risco isolado, mas prevalente. A comunidade médica e científica
demorou muito para acordar para o problema — diz Matsudo.
O Globo