Quinta-feira, 10 de Dezembro de 2015.
A tese do estudo é que
atividades como a rega e as barragens aumentaram consideravelmente o consumo
total de água doce.
Aumento na perda de água doce por evaporação equivale a dois terços do fluxo anual do rio Amazonas Guga Matos/JC Imagem.
O impacto humano na
perda de água doce, com atividades como rega ou construção de barragens, excede
em 20% o calculado, mostra estudo divulgado nesta sexta-feira (4) pela revista
Science.
O trabalho concluiu que
o aumento na perda de água doce para a atmosfera, por evaporação, é 4.370
quilômetros cúbicos anuais, o que equivale a dois terços do fluxo anual do Rio
Amazonas, o mais caudaloso do mundo.
“As
pequenas coisas que fazemos na superfície da terra podem ter grandes efeitos
globais. Antes, os efeitos das atividades humanas, como as barragens, eram
subestimados. O estudo mostra que os efeitos até agora têm sido inclusive
superiores aos das alterações climáticas”, afirmou Fernando Jaramillo, do
Departamento de Geografia Física da Universidade de Estocolmo.
A
tese do estudo é que atividades como a rega e as barragens aumentaram consideravelmente
o consumo total de água doce, ao intensificar a evaporação e transpiração, ou
seja, a perda de umidade e de água por transpiração da vegetação.
“O
aumento dessa perda por causas humanas é como um grande rio de água doce da
Terra para a atmosfera. Mudamos muito o sistema da água doce sem saber”,
observou Gia Destouni, professora da Universidade de Estocolmo. “Já superamos
os limites do consumo de água doce do planeta. Isso é sério”, acrescentou.
Para
fazer o estudo, os cientistas analisaram dados sobre clima, hidrologia e uso da
água em uma centena de grandes bacias hidrológicas do mundo entre 1901 e 2008.
UOL