Ricardo Krause Esteves Najjar,
de 24 anos, suspeito de estuprar e matar a própria filha de quatro anos, havia
brigado por telefone com a mãe da menina horas antes do crime. Sophia foi
encontrada morta dentro do apartamento do pai no Jabaquara, zona sul de São
Paulo, na última quarta-feira (2).
Najjar
havia ligado para a mãe de Sophia dizendo que iria buscar a menina na escola. A
mãe não teria gostado da ideia porque aquele não era o dia dele ficar com a
filha. Geralmente, ele visitava a menina em dias programados. O casal de
ex-namorados discutiu ao telefone. Mesmo assim, o homem foi até a creche onde a
filha estudava e a buscou antes da mãe. A creche fica perto do condomínio onde
a menina mora com a mãe, também na zona sul da capital. Horas depois, a criança
foi encontrada morta.
Antes de
acionar o resgate, Najjar ligou duas vezes para o pai e uma vez para a
namorada. Ainda não se sabe o tempo das ligações. A princípio, a namorada de
Najjar disse aos policiais que morava com o suspeito. Posteriormente, ela mudou
a versão afirmando que a irmã dela morava no edifício. Depois do crime, a
namorada foi levada para a delegacia e disse que estava no apartamento de
Najjar e o deixou com a menina na cama assistindo a um filme. Em seguida, ela
viajou para o interior de São Paulo. A polícia quer confirmar se ela realmente
foi para o interior.
Há possibilidade de uma segunda
pessoa ter estado no cenário do crime e ajudado o assassino a limpar a cena do
crime. Caso seja provado que a namorada de Najjar alterou a cena do crime, ela
pode ser indiciada por fraude processual.
A mãe de
Sophia foi até o apartamento do ex-namorado assim que soube da morte da filha.
O boletim de ocorrência mostra que a polícia pediu uma série de exames, como
coleta de material sob as unhas e sexológico. Um laudo preliminar já tinha
apontado que a menina havia sido estuprada. Um exame toxicológico também foi
pedido.
A
investigação da polícia revelou que Najjar era usuário de drogas. No
apartamento, os peritos encontraram uma pequena porção de maconha. Na segunda
perícia, os peritos utilizaram a substância luminol, que indicou que uma grande
quantidade de sangue havia sido lavada em um dos cômodos.
Najjar
foi preso durante o velório da filha e deixou o local três horas antes do
sepultamento da menina. Ele está preso na carceragem do 77º Distrito Policial
(Santa Cecília) em uma sala separada. O homem deve permanecer até o fim do
período de prisão temporária. A polícia vai pedir a prisão preventiva dele
a qualquer momento. Najjar já recebeu a visita de parentes e já contratou um
novo advogado.
Desde a
morte da filha, a mãe de Sophia está dormindo na casa de parentes. A família
dela e de Najjar não tinham muito contato e o homem entrou na Justiça para
pedir a guarda da menina. Pessoas próximas à mãe de Sophia afirmam que
Najjar era um pai ausente. Só recentemente que ele passou a dar mais atenção
para a menina. Ainda não se sabe se o crime foi premeditado.
R7