O
pesquisador do Núcleo de Bioprospecção e Conservação da Caatinga, rede
articulada pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI), Alexandre Gomes,
afirma que óleos essenciais de Commiphora leptophloeos, nome científico da
umburana, ajudaram a combater o mosquito Aedes aegypti. O próximo passo é
isolar os compostos presentes no óleo e testá-los separadamente.
“A proposta é desenvolver um biopesticida com compostos de
plantas da caatinga que possa contribuir para amenizar um problema tão urgente
hoje na sociedade brasileira”, afirmou o pesquisador. Ele ressalta que o uso
indiscriminado pode favorecer a resistência dos mosquitos aos inseticidas.
Os estudos também concluíram que a ação de óleos essenciais
de Eugenia brejoensis, conhecida com cutia, uma espécie da família Myrtaceae
(família da pitanga e goiaba), foi considerada moderada, sendo capaz de
exterminar até 50% das larvas dos mosquitos nos testes, com uma dose de 214,7
ppm (parte por milhão). As plantas foram coletadas no Parque Nacional do
Catimbau, que fica entre o Agreste e o Sertão de Pernambuco, mas também podem
ser encontradas nos estados de Sergipe, no Nordeste, e no Espírito Santo, no
Sudeste.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que três bilhões
de pessoas estejam vivendo em áreas com risco de infecção das doenças causadas
pelo Aedes aegypti em todo o mundo. Todos os anos, cerca de 50 milhões de casos
de dengue são registrados no mundo, sendo que 500 mil são considerados graves,
e 21 mil resultam em morte.