Domingo, 10 de Janeiro de 2016.
A eructação,
mais comumente chamada de arroto, é o ato de expulsar o ar do estômago ou
esôfago através da boca e, habitualmente, é um processo fisiológico. Em
toda deglutição, junto à saliva, bebida ou comida, entra uma pequena quantidade
de ar no trato digestivo. Ocorre geralmente como uma resposta à distensão
gástrica após as refeições. Esta distensão leva a um relaxamento transitório do
esfíncter inferior do esôfago (o músculo que ao ficar contraído impede o
refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago), permitindo que o ar vá para o
esôfago e então seja expulso pela boca. Dessa forma, evita-se a passagem de
quantidade excessiva de ar para o intestino.
A
eructação só é considerada uma doença quando se torna muito frequente e
incomoda o paciente. A principal causa de eructação excessiva é a eructação
supragástrica, na qual o ar, que é puxado para o esôfago pela contração do
diafragma e relaxamento do esfíncter esofagiano superior, é imediatamente
liberado, sem chegar ao estômago. Geralmente está associado a fatores como
ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo, bulimia e outras alterações do
sistema nervoso central.
Outra
causa comum de eructação é a doença do refluxo gastroesofágico, além de
síndrome dispéptica, doença ulcerosa péptica, gastroparesia, gastrite, esofagite,
neopalsia e acalásia, mas nesses casos habitualmente a eructação é apenas um
entre vários sintomas apresentados. A presença de emagrecimento,
pirose, dor abdominal, vômitos, regurgitação, febre e anemia são sinais
de alerta para doenças orgânicas e indicam a necessidade de avaliação por um
médico.
O
tratamento da eructação supragástrica envolve reconhecer o problema e, em casos
selecionados, ser avaliado por psiquiatra ou psicólogo. Por fim, um médico deve
ser consultado se a eructação for muito frequente e causar incômodo ou se
houver a presença dos sinais de alarme descritos acima.
A
prevenção é feita evitando tabagismo, estresse emocional,
bebidas gaseificadas, chicletes, balas e alimentos de difícil
digestão, que retardem o esvaziamento gástrico, ou que relaxem o
esfíncter esofagiano inferior, como alimentos gordurosos, menta e chocolate. As
refeições devem ser feitas com calma e sem conversar.
MSN