Quinta-feira, 03 de Março de 2016.
Segundo Hewerton
Martins, especialista em energia solar, para poder gerar energia, os
consumidores precisam utilizar equipamentos como os painéis fotovoltaicos, que
captam a energia do sol. Consumidor paga apenas impostos.
Painéis fotovoltaicos
ficam instalados no telhado das casas
Desde essa terça-feira
(1º) que os consumidores paraibanos têm um pouco mais de facilidade para
implantar sistemas de geração de energia solar nas casas, prédios comerciais e
edifícios. Isso ocorre por conta de uma modificação feita pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel) em uma resolução que desburocratiza a liberação
desses sistemas. Com isso, os consumidores vão poder distribuir a energia
gerada para as concessionárias e poderão zerar as contas de energia. Clique aqui e simule quanto
você gastaria para implantar o sistema na sua casa. Há um caso em que um consumidor teria reduzido o
valor da conta de luz de R$ 1,4 mil para R$ 278, na Paraíba. Apesar disso,
os custos para instalação do sistema de energia solar ainda são altos.
Para que
seja implantado o sistema, a geração e distribuição de energia elétrica através
da solar, é necessário passar por elaboração e execução de projeto; aprovação
feita pelas concessionárias de energia elétrica; instalação do sistema e troca
do relógio medidor de consumo.
Segundo
Hewerton Martins, especialista em energia solar, para poder gerar energia, os
consumidores precisam utilizar equipamentos como os painéis fotovoltaicos, que
captam a energia do sol e, junto com outros equipamentos, transformam essa
energia em energia elétrica, que é devolvida à rede das concessionárias.
De acordo
com Hewerton Martins, após a instalação do equipamento, um novo relógio medidor
vai registrar quanto de energia o consumidor gerou e repassou para a
concessionária. Quanto mais energia distribuída, mais créditos o consumidor
ganha na conta seguinte.
“O modelo
de geração de energia elétrica distribuída adotada no Brasil é chamado de
compensação de créditos, quando a quantidade de energia gerada em determinado
mês for superior à energia consumida naquele período, o consumidor fica com
créditos que podem ser compensados para diminuir a conta de luz. Os
consumidores também poderão transferir percentuais de créditos de energia para
compensar em outras unidades consumidoras com CPF ou CNPJ diferentes, bastando
comprovar o vínculo entre os integrantes. O tempo de validade dos créditos é de
até 60 meses”, contou o especialista.
Conta pode vir ‘zerada’
De acordo
com a Energisa, o desconto na conta de energia vai depender da quantidade de
eletricidade gerada e repassada pelos consumidores. Caso o consumidor gere e
consuma os mesmos quilowatts-hora por mês (kWh/mês), ele não paga consumo
elétrico.
“Se em um
mês o cliente consumiu 100 kW e gerou 50 kW, então ele vai ter um desconto de
50 kW na conta do mês seguinte. Se no segundo mês ele voltar a consumir e gerar
a mesma quantidade anterior, vai ter a conta zerada de consumo no terceiro mês.
Na fatura vão estar apenas impostos. Com o uso do sistema e tendo créditos que
abatam o consumo total, o consumidor não deixa de pagar a fatura com impostos,
mas não paga nada pelo consumo da energia”, contou a assessoria de comunicação
da Energisa.
Ainda
segundo a Energisa, a empresa já possui clientes na Paraíba que utilizam o
sistema de geração e distribuição de eletricidade através da energia solar e vê
a possibilidade como uma alternativa de consumo limpo.
“O
crédito de desconto vai depender sempre do consumo e da geração. A Energisa vê
a situação como uma forma alternativa de geração, já que temos um modelo
baseado nas hidrelétricas. Resta ao consumidor avaliar a melhor opção. Estamos
preparados para receber essa demanda dos consumidores paraibanos”, contou a
Energisa.
PB tem 10 empresas que vendem equipamentos
Na
Paraíba, segundo o Portal Solar, especializado em energia solar, dez empresas realizam os serviços de venda e
instalação de equipamentos voltados para a geração da energia solar. Dessas empresas, sete estão na
Grande João Pessoa.
De acordo
com o empresário Raoni Pinheiro, proprietário da empresa EcoSolar Energias
Renováveis, nos últimos dois anos, a procura de clientes interessados em
instalar o sistema de geração de eletricidade solar aumentou cerca de 40%.
Entre os
fatores apontados por ele para esse aumento na procura por energia renovável
estão os últimos reajustes nas contas de energia e a preocupação cada vez maior
pela sustentabilidade do planeta. Segundo Raoni, os custos de instalação
de um sistema de geração de energia variam de acordo com a necessidade do consumidor,
mas podem chegar aos R$ 70 mil.
“O
sistema ainda é caro, depende da necessidade do cliente e de quanto ele precisa
gerar para suprir as necessidades. No total, são custos com projeto executivo,
que deve ser feito por um especialista e vai ser analisado pela Energisa; com a
compra dos equipamentos; a instalação e a manutenção. Um sistema básico, que
gera 180 kWh por mês, e é o menor sistema no mercado brasileiro, sai por volta
dos R$ 15 mil, mas temos sistemas que chegam a custar R$ 70 mil. Tudo varia de acordo
com a necessidade e o retorno financeiro para o cliente vem dentro de cinco
anos”, contou Raoni.
Ainda
segundo Raoni, os painéis fotovoltaicos são instalados no telhado dos imóveis
para facilitar a incidência solar e uma melhor absorção da energia. A
instalação de todo o equipamento dura entre cinco e dez dias, mas para
conseguir utilizar o sistema, o consumidor pode enfrentar um prazo que chega a
45 dias.
“Somados
o tempo de conclusão do projeto executivo, aprovação do projeto pela Energisa,
a instalação e a inspeção de aprovação de todo o sistema por parte da Energisa,
o cliente aguarda cerca de 45 dias para iniciar a geração de eletricidade. A
partir daí, o prazo para que o cliente obtenha retorno financeiro e deixe de
gastar com energia em casa fica entre cinco e seis anos. Em Catolé do Rocha [no
Sertão da Paraíba] temos um cliente que pagava R$ 1,4 mil de energia e, dentro
de dois meses, o gasto com a fatura caiu para R$ 278”, falou Raoni.
Porém,
uma das queixas, tanto de consumidores quanto de empresários, é a falta de
créditos específicos para o financiamento dos sistemas de geração de energia
através da energia solar. Para Raoni, o alto custo do sistema pode assustar os
interessados.
“A única
barreira que enfrentamos, tanto o consumidor como o empresário, é a questão do
financiamento. Como o investimento é um pouco alto, 90% dos clientes buscam
financiamento bancário para implantar o sistema, mas não existe uma linha de
crédito específica para a área. Junta-se isso à tributação elevada do Brasil.
Então, um sistema que pode contribuir muito para o bolso do consumidor e para o
meio ambiente acaba esbarrando no financiamento”, concluiu Raoni.
Por Halan Azevedo