Segunda-feira, 09 de maio de 2016.
Vice-presidente enfrenta dificuldade para
acomodar partidos aliados
Temer tem se reunido com Meirelles, provável ministro da Fazenda, para definir primeiras medidas de eventual governoFoto: ANDRESSA ANHOLETE / AFP
Às vésperas da votação que pode alçar Michel Temer ao
Palácio do Planalto, o vice-presidente trabalha para definir, o quanto antes,
os nomes e o tamanho da equipe de ministros, além das medidas que pretende
anunciar para enfrentar a crise econômica. Ontem, no Palácio do Jaburu, o
chamado "núcleo duro" do futuro governo interino voltou a se reunir.
Henrique Meirelles, provável titular da Fazenda, também estava presente ao
encontro.
Temer discute há dias com Meirelles
as primeiras medidas da área econômica, concebidas para destravar o crédito,
aquecer a economia e reduzir ou limitar os gastos do governo. "Atrair
investimentos externos" e "dar segurança jurídica aos
investidores" são questões citadas com frequência por pessoas próximas ao
vice.
O grupo próximo a Temer trabalha
desde a semana passada em um pente-fino nas medidas provisórias enviadas por Dilma Rousseff e
que ainda tramitam no Congresso. O recente pacote de bondades será reestudado.
Sob a chefia de Moreira Franco, também haverá uma revisão no programa de
concessões federais.
A principal dor de cabeça de Temer é
o organograma da Esplanada. Ele chegou a cogitar a redução de 32 para 20
ministérios, mas tem dificuldades para acomodar partidos aliados.
Os próximos
dias serão de conversas intensas com presidentes e líderes partidários para
tentar enxugar a máquina. O comando de estatais está no pacote negociado para
assegurar maioria no Congresso a partir das legendas do chamado centrão e da
atual oposição: PP, PR, PSD, PTB, PRB, PV, DEM, PPS, SD, PSB e PSDB.
— Vai ser preciso dar uma peitada e
terminar com a romaria de pedidos. Vai ser uma peitada elegante, ao estilo
Temer — afirma um aliado do vice.
Temer tenta resolver os nós de
Justiça, Saúde e Cidades. A indicação do cirurgião Ricardo Cutait para Saúde,
na cota do PP, pode ser revista, abrindo espaço ao deputado Ricardo Barros
(PP-PR). Na Agricultura, também com o PP, o favorito é o senador Blairo Maggi
(PR-MT), que trocaria de partido para ser ministro. As bancadas do PMDB da
Câmara e do Senado ainda discutem nomes e pastas.
Nos bastidores, a equipe do vice
também discute o rito da posse, caso se confirme o afastamento de Dilma. Os
peemedebistas acreditam que o correligionário assumirá na quinta-feira, um dia
após a votação do impeachment no Senado. Sem transição, os ministros podem ser
nomeados no mesmo dia, por meio de edição extra do Diário Oficial, ou na
sexta-feira. Segundo o deputado Osmar Terra (PMDB), cotado para o Ministério do
Desenvolvimento Social, a posse deverá ser "sóbria".
— Não há clima para comemorar nada na
situação em que o país se encontra — avalia.
Temer também prepara o esboço da primeira fala à nação como presidente interino. Parte dos aliados defende um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV. Outra, diz que a melhor opção seria uma entrevista coletiva.
Temer também prepara o esboço da primeira fala à nação como presidente interino. Parte dos aliados defende um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV. Outra, diz que a melhor opção seria uma entrevista coletiva.
Na semana mais importante de sua carreira
política, o vice ainda terá de lidar com a situação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
afastado da presidência da Câmara e do mandato pelo Supremo Tribunal Federal
(STF).
Ministros com as indicações
encaminhadas
Fazenda: Henrique Meirelles (PSD-SP)
Casa Civil: Eliseu Padilha (PMDB-RS)
Secretaria de Governo: Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)
Planejamento: Romero Jucá (PMDB-RR)
Relações Exteriores: José Serra (PSDB-SP)
Cultura: Roberto Freire (PPS-SP)
Agricultura: Blairo Maggi (PR-MT)*
Desenvolvimento Social: Osmar Terra (PMDB-RS)
Transportes: Maurício Quintella (PR-AL)
Portos: Helder Barbalho (PMDB-PA)
Comunicações: Gilberto Kassab (PSD-SP)
Desenvolvimento Agrário: Zé Silva (SD-MG)
*Cota do PP
Fazenda: Henrique Meirelles (PSD-SP)
Casa Civil: Eliseu Padilha (PMDB-RS)
Secretaria de Governo: Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)
Planejamento: Romero Jucá (PMDB-RR)
Relações Exteriores: José Serra (PSDB-SP)
Cultura: Roberto Freire (PPS-SP)
Agricultura: Blairo Maggi (PR-MT)*
Desenvolvimento Social: Osmar Terra (PMDB-RS)
Transportes: Maurício Quintella (PR-AL)
Portos: Helder Barbalho (PMDB-PA)
Comunicações: Gilberto Kassab (PSD-SP)
Desenvolvimento Agrário: Zé Silva (SD-MG)
*Cota do PP
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