Quinta-feira, 05 de maio de 2016.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo
Lewandowski, agendou para a sessão desta quinta-feira (5) o julgamento do
pedido da Rede Sustentabilidade para afastar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
da presidência da Câmara.
O G1 entrou em contato com a assessoria de Cunha,
mas até a última atualização desta reportagem ainda não havia obtido resposta.
A ação, apresentada
na última terça e sob relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, argumenta que,
em razão de ser réu em ação penal da Operação Lava Jato, o peemedebista não
pode estar na linha sucessória à Presidência da República.
A legenda oposicionista quer que o Supremo determine que é
inconstitucional pessoas que sejam réus em ações penais admitidas pela própria
Corte estarem na linha de sucessão do presidente da República.
A medida não atingiria
o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que, apesar de investigado
na Lava Jato e denunciado em outro caso, ainda não é considerado réu num
processo penal.
Se a presidente Dilma Rousseff for
afastada do Executivo no processo de impeachment, o vice-presidente Michel Temer assume
a Presidência. Com isso, Eduardo Cunha,
passaria a ser o primeiro na linha de sucessão, e Renan Calheiros, o segundo.
No processo, a sigla
oposicionista argumenta ainda que, se o presidente da República deve ser
afastado por 180 dias para ser julgado pelo Senado no processo de impeachment,
quando vira réu por crime comum cometido no exercício do mandato, um presidente
da Câmara não poderia permanecer no cargo.
"A Constituição
não transige com o exercício da função de presidente da República por quem
responda a processo criminal. Sendo essa uma exigência inerente ao regime desse
cargo singularíssimo, parece evidente que ela deve também se estender a todos
aqueles que, por força da própria Lei Maior, possam ser chamados a ocupá-lo",
diz trecho da peça judicial.
Desde dezembro,
também aguarda julgamento no Supremo um pedido do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, para afastar Cunha da presidência da Câmara e do
mandato de deputado federal. No entanto, ainda não há previsão de quando o
tribunal irá analisar o caso.
G1