Sexta-feira, 11 de novembro de 2016
Brasil não deu chances a
Messi e companhia e ficou ainda mais próximo de garantir vaga na Copa do Mundo
No Mineirão o Brasillevou
7 a 1. Mas, no Mineirão a Seleção nunca perdeu para a Argentina.
A noite desta quinta-feira marcou o retorno da equipe canarinho ao palco de seu
maior vexame, no entanto, pouco mais de dois anos e quatro meses depois, o
momento é outro. E nada como uma contundente vitória em cima de seu arquirrival
para espantar todos os fantasmas e ratificar a volta por cima. Sob o comando de
Tite, o Brasil não deu chances a Messi e companhia e ficou ainda mais próximo
de garantir vaga na Copa do Mundo de 2018 depois de um 3 a 0 ao som de “olé” em
Belo Horizonte. Philippe Coutinho brilhou com um golaço ao seu estilo, Neymar marcou pela primeira vez na carreira
contra os Hermanos e Paulinho, um dos sete remanescentes da Copa de 2014,
exorcizou seu trauma ao fechar o placar.
De quebra, os pentacampeões mantiveram a liderança das
Eliminatórias Sul-americanas, agora com 24 pontos, e os 100% de aproveitamento
com o ex-treinador do Corinthians à beira do campo. Já são cinco vitórias
consecutivas. Por outro lado, o receio de não ir à Rússia é cada vez mais real na Argentina, que
com Messi anulado pela marcação nesta quinta, chegou ao ser quarto jogo sem
sair de campo com os três pontos, deixando Edgardo Bauza, ex-técnico do São
Paulo, cada vez mais pressionado no cargo, pois a sexta colocação e os 16
pontos hoje não são suficientes nem mesmo para a repescagem.
Quem não parecia estar a altura do maior clássico mundial entre
seleções era o árbitro Julio Bascuñan. O chileno entrou em campo talvez mais
pilhado do que os 22 atletas e complicou a vida de Fernandinho, o natural marcador de Messi, dando-lhe um cartão
amarelo com apenas seis minutos de jogo. Foram 11 faltas em 13 minutos e a bola
pouco rolava mais porque o juiz não deixava do que pela disposição dos
jogadores.
Aos poucos, Julio Bascuñan foi se acalmando e percebendo que havia
muito mais gente no gramado para ser protagonista que não ele. E Biglia por
pouco não chamou as atenções para si, mas Alisson é quem acabou com os aplausos
depois de brilhante defesa.
A resposta do Brasil, tímido até então e até com menos posse de
bola, foi imediata. Quando Neymar resolveu tocar de primeira e Philippe
Coutinho saiu da direita para cair no seu lado preferido, a jogada saiu, a
Argentina se perdeu e, em um balaço que lembrou os gols do meia pelo Liverpool,
a Seleção canarinho inaugurou o placar.
O gol, no entanto, não mudou muito o panorama do clássico. A
Argentina manteve sua postura surpreendente de ditar o ritmo, mas tropeçava nas
próprias pernas ao ter de definir as jogadas sem muita participação de seu
grande jogador. Messi não encontra espaço no sistema compacto de Tite, mesmo
que flutuasse por todo o campo.
E a audácia alviceleste acabou gerando um prejuízo fatal. Neymar
já havia dado a dica em um contra-ataque que culminou com a bola tocando a
trave de Romero. Os argentinos não aprenderam. E na última jogada antes do
intervalo, Gabriel Jesus apareceu pela primeira vez para girar como um pivô
nato e servir Neymar, que livre, livre, deslocou o camisa 1 rival e correu para
o abraço, levando o Mineirão à loucura, mas de uma forma bem diferente do que
na semifinal da Copa de 2014.
Diante desse cenário, Patón Bauza fugiu às suas características e
evidenciou o desespero da Argentina ao colocar Agëero na vaga de Pérez. Em
tese, deixou sua equipe mais ofensiva, mas, na prática, escancarou seu sistema defensivo
e deixou a vida dos brasileiros mais fácil. Com o domínio do jogo e com a bola
quase que o tempo todo em seus pés, os atletas de Tite eram perigosos em
praticamente todas as investidas.
Assim, Paulinho, que foi titular no fatídico jogo contra a Alemanha,
teve duas chaces antes mesmo dos 10 minutos e, na segunda, não perdoou e deixou
a vitória com ritmo de goleada. Talvez demais para a paciência dos argentinos.
O jogo ficou tenso, um pouco mais violento, mas nada que tirasse a alegria dos
pentacampeões, e principalmente dos torcedores, que entre tantos cânticos
provocativos, também de enaltecimento a Tite, encerrou sua participação com os
famosos “olé” e “o campeão voltou”.
Cheio de moral, a Seleção Brasileira se prepara agora para fechar
o ano com chave de ouro na quarta-feira, contra o Peru, em Lima, no estádio
Nacional, em partida marcada para à 00h15 (horário de Brasília). Em casa, no
estadio del Bicentenario, em San Juan, a Argentina inicia uma série de ‘finais’
nessas Eliminatórias um dia antes, às 21h30, frente a Colômbia.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 3 X 0 ARGENTINA
Local:Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte
(MG)
Data: 10 de
novembro de 2016 (Quinta-feira)
Horário: 21h45
(horário de Brasília)
Árbitro: Julio
Bascuñan (Chile)
Assistentes: Christian
Schiemann (Chile) e Marcelo Barraza (Chile)
Cartões amarelos: BRASIL:Fernandinho, Marcelo.ARGENTINA: Funes Mori, Otamendi, Lucas Biglia.
Público: 53.490
total.
Renda: R$
12.726.250,00.
GOLS:
BRASIL: Philippe
Coutinho, aos 24, e Neymar, aos 45 minutos do 1T. Paulinho, aos 13 minutos do
2T
BRASIL: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Miranda (Thiago Silva) e
Marcelo; Fernandinho, Paulinho, Renato Augusto, Neymar e Philippe Coutinho
(Douglas Costa); Gabriel Jesus (Firmino)
Técnico: Tite
ARGENTINA: Sergio Romero, Pablo Zabaleta, Nicolás Otamendi, Funes Mori e
Emmanuel Más; Javier Mascherano, Enzo Peréz (Sergio Agüero), Lucas Biglia e
Angel Dí Maria (Correa); Lionel Messi e Gonzalo Higuaín
Técnico: Edgardo Bauza
Por Gazeta Express