Quinta-feira, 01 de dezembro de 2016
Ex-presidente
prestou depoimento por videoconferência, de São Bernardo do Campo (SP), ao juiz
da Lava Jato e esteve 'frente a frente' com o magistrado pela primeira vez
Lula é investigado na Lava Jato. Foto: Andre Penner/AP
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, 30,
desconhecer a suposta participação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) na nomeação do engenheiro Jorge Zelada para a diretoria Internacional
da Petrobrás e na compra do campo de petróleo de Benin, na África. Lula prestou
depoimento como testemunha de defesa do peemedebista.
Este foi a
primeira vez que Lula e Sérgio Moro estiveram ‘frente a frente’. O petista
falou por videoconferência, em São Bernardo do Campo (SP), ao magistrado,
em Curitiba.
O ex-presidente respondeu a perguntas da defesa de Eduardo Cunha e
do Ministério Público Federal. O juiz federal Sérgio Moro não fez nenhum
questionamento.
Em audiência
anterior a de Lula, quem falou foi seu amigo José Carlos Bumlai. O
pecuarista afirmou não saber responder às perguntas submetidas a ele.
Eduardo
Cunha foi preso preventivamente por ordem do juiz federal Sérgio Moro em
19 de outubro, em Brasília.
O peemedebista arrolou Lula como uma de suas testemunhas na
ação penal que responde perante a 13ª Vara Federal, de Curitiba, sob tutela do
juiz Moro. Na lista de testemunhas também está o presidente Michel Temer
(PMDB), que responderá por escrito questionamentos feitos por Eduardo Cunha.
A nomeação de
Jorge Zelada para a Diretoria Internacional da Petrobrás foi alvo das perguntas
de Eduardo Cunha a Michel Temer.
O
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha é acusado de ter solicitado e
recebido, entre 2010 e 2011, no exercício de sua função como parlamentar e em
razão dela, vantagem indevida, relacionada à aquisição, pela Petrobrás de um
campo de petróleo em Benin. O ex-presidente da Câmara é acusado de corrupção,
lavagem de dinheiro, evasão fraudulenta de divisas pela manutenção de contas
secretas na Suíça que teriam recebido propina do esquema na Petrobrás.
A ação já
havia sido aberta pelo Supremo Tribunal Federal em junho. O processo foi
remetido para a primeira instância em Curitiba, pois Cunha perdeu foro
privilegiado desde que foi cassado pela Câmara, por 450 votos a 10, no dia 12
de setembro. Com isso, o Supremo remeteu esta ação contra o peemedebista para a
Justiça Federal em Curitiba, sede da Lava Jato.
ESTADÃO