Quarta-feira, 09 de novembro de 2016
“Querem que o governo assuma e dois meses
depois o céu esteja azul", disse
Ao
destacar que seu governo está desmontando um “ciclo perverso”, pelo qual
passava o país, o presidente Michel Temer apresentou hoje (8), algumas
projeções otimistas que, segundo ele, serão decorrentes das medidas de
austeridade que vêm sendo adotadas. Entre elas, ele destacou a possibilidade
de, a partir do segundo semestre de 2017, o país retomar a geração de emprego e
de registrar um Produto Interno Bruto “não negativo”. Ele também disse que,
mantidas tendências já verificadas, espera que o país retome o grau de
investimento, pelas agências de avaliação.
“Querem que o governo assuma e dois meses depois o céu esteja
azul. Não é assim. Isso leva tempo. A retomada do emprego é algo que demora. É
paulatina e lenta, mas nossa esperança é que no segundo semestre de 2017 o PIB
não seja negativo. Se não for, que nos cobrem”, disse o presidente, durante um
seminário de infraestrutura promovido pela Confederação Nacional da Indústria
(CNI).
A projeção de instituições financeiras para a queda da economia
(Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo
país), este ano, passou de 3,30% para 3,31%. Para 2017, a expectativa de
crescimento foi ajustada de 1,21% para 1,20%.
“Às vezes sinto no ar certo preconceito. Querem combater
desemprego e não querem incentivar a inIciativa privada. Nossa esperança é que
em face do ritmo que estamos adotando é que no segundo semestre do ano que vem
tenhamos também o emprego sendo retomado”, acrescentou.
Temer destacou que para tornar possível esse cenário, é
necessário que o governo ajuste suas contas e atraia o investimento privado em
áreas estratégicas como a infraestrutura. Segundo ele, o país acumulava “dívida
pública crescente e desemprego em nível alarmante”. “A superação da crise aguda
exige um trabalho extraordinário que nos permita seguir adiante. Este é um
ciclo perverso que estamos desmontando. Diante desse fato constatamos que o
padrão de despesas que se consolidou nos últimos anos se tornou insustentável.
Precisamos então começar cortando na carne, portanto limitar os gastos
públicos”, disse ele.
Durante sua fala, Temer citou discursos da ex-primeira ministra
da Inglaterra, Margareth Tatcher, como forma de justificar as medidas de
austeridade do governo brasileiro. “Vi um discurso da Tatcher, em que ela
dizia: “olha, saiba você que não existe dinheiro público. Dinheiro sempre vem do
setor privado. Quem está pagando é você. Ou você controla, ou a generosidade
desaparece'. O Estado é como a sua empresa. Você não pode gastar mais do que
arrecada. Essa é a proposta singelíssima da PEC dos gastos públicos”, disse o
presidente.
Segundo ele, esses cuidados que têm sido adotados pelo governo
brasileiro darão ao país a possibilidade de voltar ao grau de investimento.
“Agora [o índice das agências de avaliação] baixou de 531 pontos para 318
pontos. Quando chegar a 240 retomamos o grau de investimento. Conseguimos isso
em apenas alguns meses”, destacou Temer.
Ele acrescentou que “sequencialmente ou paralelamente” à
tramitação da PEC dos gastos públicos, mandará, ao Congresso Nacional, a
proposta para reforma da Previdência Social. “Aprovado o teto, é fundamental
que se faça uma reforma da Previdência nesse país.
Agência Brasil