Temer e Lula serão ouvidos na defesa de Eduardo Cunha
Terça-feira, 08 de novembro de 2016
Foto: Ricardo Stuckert
O
juiz Sérgio Moro determinou nesta segunda-feira que o presidente Michel Temer
seja oficiado para informar se prefere ser ouvido em audiência ou por escrito.
Temer foi arrolado como testemunha de defesa do ex-deputado Eduardo Cunha. O
prazo para que ele responda é de cinco dias.
Também na lista de testemunhas de defesa de Cunha, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva deverá ser ouvido pela Justiça Federal de São Bernardo do
Camp o (SP) por videoconferência.
Cunha é acusado de receber propina de um contrato fechado pela Petrobras
para explorar petróleo em Benin, na África, e usar contas na Suíça para lavagem
de dinheiro.
Moro marcou para o dia 18 de novembro a audiência de duas testemunhas de
acusação, o delator Eduardo Musa e o auditor da Petrobras Rafael da Silva.
Também agendou para o dia 22 de novembro as primeiras audiências de testemunhas
de defesa arroladas por Cunha. Três delas são delatores da Lava-Jato: o
ex-senador Delcídio do Amaral, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e
Hamylton Padilha, representante de uma das empresas que pagou propinas a
agentes da estatal. A quarta é o pecuarista José Carlos Bumlai, preso e já
condenado na Lava-Jato.
O juiz negou pedido dos advogados de para ouvir três testemunhas de defesa
residentes em Genebra, na Suíça. Caso a defesa considere importante ouvi-las,
deverá arcar com os custos de trazê-las ao Brasil ou colher depoimento por
escrito e anexar ao processo.
" (..) em uma acusação por corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo
contas bancárias no Brasil, quem pode esclarecer os fatos, especificamente a
origem e natureza dos valores mantidos na conta, é o titular da conta e dos
valores e não o gerente de banco ou quem eventualmente foi o responsável pela
constituição formal da pessoa jurídica titular da conta ", afirmou o juiz.
Foi também negado por Moro o pedido para que a Shell seja oficiada e
forneça cópia do procedimento de contratação dos poços de petróleo no Benin.
Moro afirmou que a "prova é de duvidosa relevância", pois o que se
discute é o suposto pagamento de propina no contrato de aquisição pela
Pebrotras dos poços de Benin.
A mulher do deputado cassado Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, será ouvida pela
primeira vez por Moro no dia 16 de novembro, às 14h. No mesmo dia, o empresário
Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira também fará seu interrogatório.
Cláudia Cruz é acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. No
interrogatório, Cláudia Cruz responderá perguntas do Ministério Público
Federal, de seus advogados e de outros acusados, e do próprio juiz Sérgio Moro.
A acusada tem, no entanto, a possibilidade de permanecer em silêncio.