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MPF diz que políticos do PP recebiam 'mesadas' e pede devolução de R$ 2,3 bi

Sexta-feira, 31 de março de 2017
A força-tarefa da Operação Lava Jato ajuizou ação civil pública com pedido de responsabilização por atos de improbidade administrativa contra o PP (Partido Progressista). Trata-se da primeira vez que um partido é responsabilizado pelos crimes cometidos no âmbito da operação. A ação é do dia 22, mas foi divulgada nesta quinta-feira (30) pela força-tarefa.

Ao todo, a ação pede o pagamento de R$ 2,3 bilhões. De acordo com a medida, o PP deve ressarcir aos cofres públicos um valor de R$ 460 milhões equivalente à propina paga pelo partido dentro da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, além de uma multa civil de R$ 1,3 bilhão e danos morais coletivos de R$ 460 milhões.

Além do PP, a ação ainda cita dez políticos da sigla e um ex-assessor do deputado federal José Janene, morto em 2010. São citados por atos de improbidade administrativa os ex-deputados federais Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), João Pizzolatti (PP-SC) e Mário Negromonte (PP-BA) e os deputados federais Nelson Meurer (PP-PR), Mário Negromonte Júnior (PP-BA), Arthur Lira (PP-AL), Otávio Germano (PP-RS), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e Roberto Britto (PP-BA), além de João Genu, ex-assessor parlamentar de Janene.

Em entrevista coletiva em Curitiba, o procurador da República Deltan Dallagnol afirmou que a ação contra um partido "não é uma opção". "É o que determina a lei, e a lei deve valer para todos. Não só pessoas físicas, mas jurídicas devem estar sujeitas à sanção da lei de improbidade. Nesse caso, há amplas provas de que o partido concorreu para esses atos de improbidade, por meio de suas lideranças, e foi beneficiado por essas práticas", declarou.

Na ação proposta, foi descrito o funcionamento de dois esquemas de desvios de verbas da Petrobras, um envolvendo contratos vinculados à Diretoria de Abastecimento, e outro referente aos benefícios obtidos decorrentes da atuação da Diretoria de Abastecimento em prol dos interesses da Braskem, empresa do Grupo Odebrecht, especialmente no contrato de comercialização de nafta entre a estatal e a referida empresa petroquímica. Essas atividades ilícitas foram enquadradas nas três modalidades de improbidade, mas se pediu que sejam aplicadas as sanções mais graves, referentes às situações que geram enriquecimento ilícito, e subsidiariamente as demais sanções.

Primeiro esquema cita período de 2004 a 2014
De acordo com o MPF, o primeiro esquema criminoso investigado se refere à identificação, dentro da Lava Jato, de um "enorme e complexo estratagema ilícito executado em prejuízo da Petrobras", pelo menos de 2004 a 2014. Um cartel de empreiteiras seria o responsável por fraudar procedimentos licitatórios da estatal em obras gigantescas, "inflando indevidamente os lucros obtidos."

"Para isso, o cartel contava com a corrupção de empregados públicos do alto escalão da Petrobras, especialmente de diretores da estatal que favoreciam as fraudes nas licitações. Os recursos ilícitos obtidos passavam, então, por um processo de lavagem por meio de operadores financeiros. As propinas eram entregues pelos operadores para os executivos da estatal, assim como para os políticos e partidos responsáveis pelo apadrinhamento dos funcionários públicos", diz o MPF.

Ainda conforme os procuradores, i avanço das investigações levou à descoberta de que o esquema se baseava no loteamento político-partidário das diretorias da Petrobras. "As evidências indicam que parlamentares federais e agremiações políticas – Partido Progressista (PP), Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) – obtinham, perante o governo federal, a nomeação para altos cargos diretivos da Petrobras a fim de arrecadar recursos escusos. Em troca do apadrinhamento, as provas mostram que os executivos angariavam propinas que eram destinadas ao enriquecimento ilícito dos participantes e ao financiamento ilegal de campanhas eleitorais".

Sobre esse esquema, o MPF destaca a atuação do grupo de liderança do PP, composto por Janene, Corrêa, Henry, Pizzolatti, Negromonte e Meurer, com o auxílio do ex-assessor Genu. Segundo a ação, eles foram responsáveis por alçar e manter Paulo Roberto Costa no cargo de diretor de abastecimento da Petrobras, "montando e mantendo o esquema de corrupção político-partidário instaurado no âmbito da estatal."



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Formado em radialismo,Cursou A FUNETECE,Ensino médio Completo,E-mail: radialistasergiothiago@gmail.com.
 
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