Terça-feira, 04 de julho de 2017
Fontes credenciadas disseram à
reportagem do site “Os Guedes” que o governador Ricardo Coutinho (PSB) teria
mantido um encontro com o senador José Maranhão, do PMDB, na residência deste,
no Altiplano Cabo Branco, para discutir o quadro para a sucessão ao Palácio da
Redenção em 2018. As fontes insinuam aceno de Coutinho a Maranhão com apoio a
uma virtual candidatura sua ao governo do Estado. O senador, que é presidente
do diretório regional peemedebista, não teria sentido firmeza da parte do
governador mas não teria descartado a hipótese, de acordo com as fontes.
Acompanharam
o governador Ricardo Coutinho na missão junto a Maranhão o secretário de
Planejamento do Estado, Waldson de Souza, e a deputada estadual socialista
Estelizabel Bezerra. Os informantes adiantaram que mediante um pacto informal
acertou-se o aprofundamento das discussões. Maranhão foi aliado de Ricardo no
segundo turno da eleição de 2014, em que o socialista foi reeleito. Na eleição
municipal do ano passado, todavia, o senador peemedebista hipotecou apoio à
candidatura do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) à reeleição. A hipótese de
conversas entre Ricardo e Maranhão, de acordo com as fontes, confirma os
rumores de que o senador não arquivou o sonho de voltar ao Palácio da Redenção.
A
projeção de Maranhão no cenário político deu-se na eleição de 1994 quando foi
candidato a vice na chapa encabeçada por Antônio Mariz, que saiu vitoriosa.
Mariz faleceu no primeiro ano de mandato e Maranhão concluiu o mandato, na
condição de titular. Em 1998, beneficiado pela aprovação da emenda da reeleição
de candidatos a cargos executivos, Maranhão pleiteou sua recondução infligindo
derrota acachapante ao seu adversário, ex-deputado Gilvan Freire. O senador já
havia vencido o grupo Cunha Lima em quedas-de-braço pelo controle do diretório
regional do partido. Em 2006, ele tentou voltar ao governo tendo como vice
Luciano Cartaxo, que era filiado ao PT. Saiu-se vitorioso nas urnas o hoje
senador Cássio Cunha Lima (PSDB). Com a cassação do mandato de Cássio pelo TSE
em 2009 sob alegação de conduta vedada e improbidade administrativa, foram
chamados os titulares da chapa que ficou em segundo lugar – integrada por
Maranhão e Cartaxo. Em 2010, ao tentar ampliar a longevidade no Executivo,
Maranhão viu-se derrotado por Ricardo, que tinha sido aliado seu.
“Maranhão
sempre esteve disponível para concorrer ao governo porque gosta de tomar
decisões”, analisa um deputado estadual do PMDB. Não obstante a vocação para o
Executivo, Maranhão disputou o Senado em 2002 e presidiu a Comissão Mista de
Orçamento da Casa. O mandato de senador, retomado em 2014, se estende até 2022,
o que significa que não há razão para açodamento de Maranhão no que diz
respeito a cultivar a ocupação de cargos executivos. Um outro deputado acentua,
também, o controle que Maranhão exerce, com mão de ferro, dentro do PMDB
paraibano. Ele nunca se considerou idoso para ocupar cargos no Executivo,
conclui o parlamentar, alertando que não haverá surpresa alguma se Maranhão
desfilar como candidato a governador em 2018. Nesse contexto ele pode vir a se
defrontar com o hoje prefeito reeleito da Capital, Luciano Cartaxo, filiado ao
PSD.
Na
semana passada, na Paraíba, o ministro Gilberto Kassab, presidente nacional do
PSD, sinalizou como praticamente irreversível a candidatura de Luciano ao
Palácio da Redenção. Já o governador Ricardo Coutinho, para fazer frente à
ausência de nomes competitivos dentro do seu esquema, passou a alardear que
ganhará o pleito porque tem um projeto exitoso. A fase, agora, é de pressão
para que Coutinho comece a viabilizar o nome que apoiará à sua sucessão. Nesse
cenário, Maranhão volta a ter cacife.
Nonato Guedes