Terça-feira, 05 de setembro de 2017
A expectativa é de que o
Supremo torne a gravação pública nesta terça-feira.
Os dois delatores serão ouvidos novamente pela Procuradoria para explicar os episódios a que se referem na gravação. (Foto: Reprodução)
A gravação de quatro horas que poderá levar à anulação da delação
premiada dos executivos da JBS traz menções comprometedoras a quatro ministros
do Supremo Tribunal Federal.
Uma dessas menções é considerada “gravíssima” pelos procuradores –
embora as demais, nas palavras de quem as ouviu, também causem embaraços aos
envolvidos.
Fontes com acesso ao áudio revelaram a VEJA que os ministros são citados
pelos delatores Joesley Batista e Ricardo Saud em situações que denotam
“diferentes níveis de gravidade”.
Algumas são consideradas até banais, mas “ruins” para a imagem dos
ministros. Mas uma delas, em especial, se destaca por enredar um dos onze
ministros da corte em um episódio que parece “mais comprometedor”.
A expectativa é de que o Supremo torne a gravação pública nesta
terça-feira.
Joesley e Saud se gravaram durante o processo de negociação da delação
premiada com a Procuradoria. Aparentemente, estavam aprendendo a operar um dos
gravadores que usariam para registrar conversas com autoridades.
O áudio, diz uma fonte, indica que ambos estavam sob efeito de álcool
durante a conversa – o que, de acordo com autoridades que trabalham no caso,
não elimina a necessidade de investigação sobre o teor do diálogo.
Além dos ministros do Supremo, os dois delatores da JBS mencionam o
ex-procurador da República Marcelo Miller, que trocou a assessoria do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por um escritório de advocacia
contratado pela JBS.
Joesley Batista e Ricardo Saud dão a entender na conversa que, mesmo no
período em que auxiliava Janot na Lava-Jato, Miller já trabalhava para a JBS.
Por terem omitido os episódios citados na conversa durante os
depoimentos prestados como parte da delação premiada, os delatores poderão ter
os benefícios do acordo cassados, conforme o próprio Rodrigo Janot anunciou no
início da noite desta segunda-feira em Brasília.
Os dois delatores serão ouvidos novamente pela Procuradoria para
explicar os episódios a que se referem na gravação.
Por Veja