Sexta-feira, 14 de setembro de 2018
Se mantiver o fôlego,
moeda americana pode atingir novo patamar recorde de fechamento, batendo o teto
registrado em 21 de janeiro de 2016 de R$ 4,16
Dólar: Dúvidas sobre a
saúde de Bolsonaro e a expectativa com o Datafolha de amanhã redobraram a
cautela dos agentes (Osman Orsal/Reuters)
O dólar subia mais de 1
por cento nesta quinta-feira e encostava no patamar de 4,20 reais, com os
investidores adotando posições ainda mais defensivas diante do cenário
eleitoral indefinido no Brasil.
Desta
forma, a moeda norte-americana operava descolada do exterior, onde uma busca
pelo risco favorecia o avanço de divisas de países emergentes.
Às
16:15, o dólar avançava 1,11 por cento, a 4,1917 reais na venda, depois de ir à
máxima de 4,1965 reais e a 4,1245 reais na mínima do dia, logo depois da
abertura dos negócios. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,65 por cento.
Se
mantiver o fôlego, o dólar pode atingir novo patamar recorde de fechamento,
batendo o teto registrado em 21 de janeiro de 2016, quando terminou em 4,1655
reais.
“Dúvidas
sobre a saúde de Bolsonaro e a expectativa
com o Datafolha de amanhã redobraram a cautela dos agentes”, comentou um
operador de câmbio de uma gestora local.
Na
noite passada, o líder das pesquisas de intenção de votos, Jair Bolsonaro
(PSL), passou
por nova cirurgia e voltou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Assim,
o candidato deve ficar de fora de “agendas de rua” ao menos no primeiro turno
da campanha.
Os
investidores temem que um candidato que considere menos comprometido com o
ajuste fiscal ganhe a disputa pela Presidência em outubro.
O
mercado aguardava ainda novas pesquisas de intenção de votos, com destaque para
o Datafolha na sexta-feira depois do fechamento dos mercados no Brasil. Os
dados para esse levantamento estão sendo colhidos já nesta quinta-feira.
Com
o nervosismo eleitoral, o mercado doméstico acabou se descolando no exterior,
que tinha dia de busca pelo risco, após a Turquia elevar os juros e os dados de
inflação ao consumidor nos Estados Unidos não reforçarem apostas de aumento
mais intenso de juros no país.
“Se
o núcleo da inflação não melhorar significativamente no próximo ano, isso
resultaria em ritmo ainda mais gradual de elevação das taxas”, comentou o
analista da gestora CIBC Andrew Grantham, em nota.
Juros
elevados nos Estados Unidos têm potencial
de atrair recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.
Na
véspera, os Estados Unidos convidarem os chineses para retomar as conversas
comerciais, no momento em que Washington se preparava para intensificar a
guerra comercial entre os dois países com tarifas sobre 200 bilhões de dólares
em bens chineses.
O
dólar caía ante divisas de países emergentes, com destaque para a lira turca,
após o banco central do país subir os juros para 24 por cento. Também perdia
força ante outras divisas fortes.
O
Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais
tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 4,360 bilhões de
dólares do total de 9,801 bilhões de dólares que vencem em outubro.
Se
mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem
integral.
Fonte: Reuters