Sexta-feira, 22 de julho de 2022
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Bolsonaro, procurador-geral da República publicou um vídeo com esclarecimentos
sobre o processo eleitoral
Augusto Aras, procurador-geral da República, disse que não será
aceita a 'alegação de fraude' nas eleições JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO
O procurador-geral da República,
Augusto Aras, postou um vídeo nesta quinta-feira (21) com esclarecimentos sobre
o processo eleitoral brasileiro e a segurança das urnas eletrônicas. Aras não
cita diretamente o
presidente Jair Bolsonaro (PL), mas a publicação coincide com o
momento em que ele é pressionado por procuradores que pedem a abertura de
investigação sobre o chefe
do Executivo por ataques ao sistema eleitoral brasileiro. A gravação
ocorreu há cerca de 15 dias, antes da reunião do chefe do Executivo com
embaixadores, quando ele questionou a integridade das eleições.
O vídeo compila cinco minutos de uma
entrevista que o chefe do Ministério Público Federal concedeu à imprensa
estrangeira no dia 11 de julho. "Diante dos últimos acontecimentos no
país, o procurador-geral da República, Augusto Aras, recorda a necessidade de
distanciamento, independência e harmonia entre os Poderes, e que as
instituições existem para intermediar e conciliar os sagrados interesses do
povo", diz o texto do vídeo antes da fala do procurador-geral.
Em seguida, Aras comenta que não será
aceita a "alegação de fraude" nas eleições. "Temos visto o
sucesso da urna eletrônica nos últimos anos", garante.
Aras também falou sobre atos de
violência política e discurso de ódio. "A polarização no Brasil não é
diferente da de outros países, nós aqui temos não só buscado medidas judiciais
que punam culpados, mas também promovido programas de pacificação social e de
respeito aos contrários. Compreendemos que a democracia é o governo dos
contrários, que a democracia passa por uma tensão permanente, mas uma
democracia se revela mais forte quando ela consegue resistir a essa pressão
contínua, e nós temos as nossas instituições funcionando", disse.
Na segunda-feira (18), o presidente
reuniu embaixadores e representantes de missões diplomáticas no Palácio da
Alvorada e levantou novamente suspeitas sobre a segurança das urnas
eletrônicas, sem apresentar provas, e atacou ministros do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na terça-feira (19), nove deputados
federais de oposição protocolaram
uma representação no STF contra Bolsonaro por ataques às
urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral em reunião com embaixadores ocorrida
na segunda-feira (18).
No documento, os parlamentares
afirmam que os ataques feitos constantemente configuram "crime contra as
instituições democráticas, crime de responsabilidade e crime eleitoral, bem
como propaganda eleitoral antecipada e ato de improbidade
administrativa". A
relatoria do caso ficou com a ministra Rosa Weber.
Por: Hellen Leite, do R7, em Brasília