Segunda-feira. 01 de Maio-(05) de 2023
Sumidouro de 274 m de profundidade na
costa do México contém amostras de vida na Terra de dezenas de milhares de anos
atrás
A teoria mais aceita é que os buracos azuis (ou sumidouros, ou ainda cavernas verticais) são cavernas que se formaram durante a última era glacial. (Foto: Reprodução)
Pesquisadores descobriram o que foi
classificado como "o segundo maior buraco azul do mundo", localizado
na costa do México. A formação geológica misteriosa tem cerca de 274 m de
profundidade, a altura aproximada de um prédio de 90 andares.
Buracos azuis são um estranho fenômeno
da natureza. Bonitos por cima, quase sempre círculos perfeitos, e com
profundidades que chegam a assustar. Parecem quase um convite ao mergulho.
A teoria mais aceita é que os buracos
azuis (ou sumidouros, ou ainda cavernas verticais) são cavernas que se formaram
durante a última era glacial. Como são lugares "seguros" do ponto de
vista de ecossistemas, com águas frias, atraem uma grande diversidade de vida
marinha.
O novo buraco descoberto é conhecido
como Taam Ja', ou "águas profundas" na língua maia, e foi descoberto
em 2021. Mas apenas em fevereiro foi formalmente descrito pelo periódico
científico Frontiers i Marine Science.
A formação está localizada na Baía de
Chetumal, na costa sudeste da Península de Yucatán, e só é menos profundo do
que o Buraco do Dragão, na China, com nada menos que 300 m.
Apesar da catalogação, buracos do tipo
são extremamente difíceis de acessar, uma vez que estão cheios de sulfeto de
hidrogênio, um gás mortal para qualquer humano que se aventurar por lá sem
equipamento de proteção.
Para determinar a profundidade, a
equipe liderada por Juan Carlos Alcérreca-Huert, do Conselho Nacional de
Ciência e Tecnologia do México, utilizou ecossondagem (pulsos sonoros que usam
ecolocalização para determinar distâncias) e mergulhos de superfície.
O interesse científico nesses tipos de
buraco deriva também do fato de eles mostrarem indícios de como era a vida na
Terra há dezenas de milhares de anos: sem oxigênio ou luz, plantas e fósseis
ficam extremamente preservados lá dentro.
Eles também podem ser uma mostra de
vida em outros planetas, sugerem pesquisas anteriores. Em 2012, cientistas que
exploraram um buraco profundo nas Bahamas encontraram bactérias nunca antes
registradas.
Por: R7