Terça-feira, 19 de maio-(05) de 2023
Paridade
de importação de preços – que alinha os preços locais aos internacionais – foi
adotada durante o governo Michel Temer (MDB)
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A Petrobras anunciou nesta terça-feira (16)
o fim da paridade internacional de preços do petróleo e combustíveis derivados,
conforme adiantou a analista
de economia da CNN, Raquel Landim.
A paridade de importação de preços — que alinha os preços
locais aos internacionais — foi adotada durante o governo Michel Temer (MDB). Pela regra vigente,
as oscilações externas refletiam direta e automaticamente no mercado interno.
Desde a campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) promete uma mudança nessa referência.
Segundo
informou a estatal em fato relevante, “os reajustes continuarão sendo feitos
sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da
volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
A “nova estratégia comercial” — cuja premissa é tornar os
preços mais competitivos — usará duas referências do mercado: o custo alternativo
do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e o valor marginal
para a Petrobras.
Como explica a empresa, o custo alternativo do cliente
“contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos
mesmos produtos ou de produtos substitutos”, enquanto o valor marginal é baseado no “custo de oportunidade
dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção,
importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no
refino”.
A mudança trará mais flexibilidade para que a empresa
pratique preços competitivos, “se valendo de suas melhores condições de
produção e logística”, e dispute mercado com atores que comercializam
combustíveis no país, como distribuidores e importadores.
“Não existe um dogma, um preço de referência para o Brasil
todo. O próprio PPI é uma abstração. O mercado brasileiro é diferente, com
vários múltiplos importadores”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates,
em um evento recente.
Segundo apuração da CNN, agentes de
mercado tem muitas dúvidas sobre o funcionamento dessa nova política, já que o
petróleo é uma commodity cujo preço varia conforme o mercado internacional.
O Brasil compra do exterior 30% do diesel que consome, e
um desalinhamento pode desestimular a importação do produto.
Por: CNN Brasil