Quarta-feira, 14 de junho-(06) de 2023
O ClickPB conversou com o infectologista Fernando Chagas para entender
como acontece o contágio da doença, quais os sintomas e o tratamento.
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A doença é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato (Foto: Prefeitura de Jundiaí) |
O Brasil registrou 53 casos e oito mortes por febre maculosa até a tarde
desta quarta-feira (14), segundo o Ministério da Saúde. Apesar de ainda não
haver casos suspeitos na Paraíba, o ClickPB conversou com o infectologista
Fernando Chagas para entender como acontece o contágio da doença, quais os
sintomas e o tratamento.
"É uma doença que a gente já vê no Sudeste. O problema agora é que
existem algums casos ligados e não é uma doença que passa de pessoa a pessoa. É
uma doença provocada por bactérias, que infectam carrapatos. E o carrapato pode
infectar o homem e transmitir a bactéria, levando a doença", afirmou o
infectologista.
Segundo Fernando Chagas, os sintomas iniciais da febre maculosa podem
ser confundidos com outras doenças. Os infectados pela doença podem
apresentar:
- Febre
- Dor de cabeça intensa
- Enjoos e vômitos
- Diarreia e dor abdominal
- Dor muscular constante
- Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés
- Gangrena nos dedos e orelhas
- Paralisia dos membros, que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões
causando paragem respiratória.
Ainda de acordo com Fernando Chagas, o tratamento da doença deve ser
feito corretamente com antibióticos, já que em alguns casos, a febre maculosa
pode se agravar e levar à morte. "Quando não tratada em até cinco ou sete
dias, pode evoluir para formas gravíssimas, e a morte", destacou. Na
Paraíba, caso haja suspeita de febre maculosa, o paciente deve procurar
atendimento no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa.
Segundo o Ministério da Saúde, a febre maculosa é uma doença infecciosa,
febril aguda e de gravidade variável. Ela pode variar desde as formas clínicas
leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. A doença é
causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do
carrapato, que leva ao quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB) considerada a
doença grave, registrada no norte do estado do Paraná e nos Estados da Região
Sudeste.
No Brasil, os principais vetores são os carrapatos do gênero Amblyomma,
tais como A. sculptum (= A. cajennense) conhecido como carrapato estrela, A.
aureolatum e A. ovale. Entretanto, potencialmente, qualquer espécie de
carrapato pode albergar a bactéria causadora da Febre Maculosa, como por
exemplo, o carrapato do cachorro.
Conforme apurou o ClickPB, em fevereiro de 2020 o Ministério da Saúde
publicou uma portaria determinando que "todo caso de febre maculosa é de
notificação obrigatória às autoridades locais de saúde. Deve-se iniciar a
investigação epidemiológica em até 48 horas após a notificação, avaliando a
necessidade de adoção de medidas de controle pertinentes".
No últimos dias, três mortes foram registradas em Campinas, no estado de
São Paulo. Somente a região Sudeste concentra 30 casos. Doze em São Paulo, oito
no Espírito Santo, seis no Rio de Janeiro e quatro em Minas Gerais. Em 2022,
foram registrados 190 casos e 70 mortes por febre maculosa no Brasil.
Por: Janielly Azevêdo