Domingo, 06 de agosto-(08) de 2023
Matéria do Portal PBAgora
O governador da Paraíba e presidente do Consórcio Nordeste,
João Azevedo, emitiu nota rebatendo as falas do governador de Minas Gedraism
Romeu Zema, que sugeriu uma frente Sul-Sudeste contra o Nordeste.
De acordo com João a
leitura do governador mineiro é preocupante e parece aprofundar a lógica de um
país subalterno, dividido e desigual.
Na nota, João ainda
declara que defender uma ‘guerra’ entre as regiões significa não apenas não
compreender as desigualdades de um país de proporções continentais, mas, ao
mesmo tempo, sugere querer mantê-las, mantendo, com isso, a mesma forma de
governança que caracterizou essas desigualdades.
Veja na íntegra:
NOTA OFICIAL
O governador de Minas
Gerais, em entrevista publicada no jornal O Estado de São Paulo em 05 de
agosto, demonstra uma leitura preocupante do Brasil. Ao defender o protagonismo
do Sul e Sudeste, indica um movimento de tensionamento com o Norte e o
Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas
decanas dos projetos nacionais de desenvolvimento.
O Consórcio Nordeste,
assim como o da Amazônia Legal, valendo-se da profunda identidade regional,
cultural e histórica, foram criados com o objetivo de fortalecer essas regiões,
unindo os estados em torno da cooperação e compartilhamento de melhores
práticas e soluções de problemas comuns, buscando contribuir com o
desenvolvimento sustentável e a mitigação de nossas desigualdades regionais.
Negando qualquer tipo
de lampejo separatista, o Consórcio Nordeste imediatamente anuncia em seu
slogan que é uma expressão de “O Brasil que cresce unido”. Enquanto Norte e
Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático,
inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a referida entrevista parece
aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual.
Já passou da hora do
Brasil enxergar o Nordeste como uma região capaz de ser parte ativa do
alavancamento do crescimento econômico do país e, assim, contribuir ativamente
com a redução das desigualdades regionais, econômicas e sociais.
É importante
reafirmar que a união regional dos estados Nordeste e, também, os do Norte, não
representa uma guerra contra os demais estados da federação, mas uma maneira de
compensar, pela organização regional, as desigualdades históricas de
oportunidades de desenvolvimento.
Nesse contexto,
indicar uma guerra entre regiões significa não apenas não compreender as
desigualdades de um país de proporções continentais, mas, ao mesmo tempo,
sugere querer mantê-las, mantendo, com isso, a mesma forma de governança que
caracterizou essas desigualdades.
A união dos estados
do Sul e Sudeste num Consórcio interfederativo pode representar um avanço na
consolidação de um novo arranjo federativo no país. Esse avanço, porém, só vai
se dar na medida em que todos apostarmos num Brasil que combate suas
desigualdades, respeita as diversidades, aposta na sustentabilidade e acredita
no seu povo.
Nordeste do Brasil,
05 de agosto de 2023.
JOÃO AZEVÊDO
Presidente do Consórcio Nordeste
Governador do Estado da Paraíba
Por: PB Agora