Segunda-feira, 25 de setembro-(09) de 2023
Proposta, que ainda está em processo de elaboração, é imunizar
grupos mais vulneráveis ao agravamento da doença
Foto:
Divulgação/Secom-JP
Após mais de 540 milhões de doses
aplicadas em quase três anos, o Brasil vive em 2023 um período de transição na
vacinação contra a Covid-19, das campanhas emergenciais para a
imunização de rotina. A avaliação foi feita na quarta-feira (20) pelo diretor
do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, na Jornada Nacional de
Imunizações, realizada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), em
Florianópolis. O diretor disse que os municípios trabalham há praticamente três
anos em uma campanha de vacinação contra a Covid-19, mas a mudança no cenário
epidemiológico da doença requer a incorporação dessa vacina no calendário do
programa.
Em 2023, o Ministério da Saúde estendeu
a vacinação com doses de reforço bivalentes para toda a população acima de 12
anos de idade. A adesão, porém, foi baixa até mesmo para os grupos
prioritários, considerados de maior risco de agravamento da doença. Enquanto
516 milhões de doses de vacinas monovalentes foram aplicadas no país, somente
28 milhões de bivalentes foram administradas, sendo apenas 217 mil em
adolescentes.
Para 2024, a proposta ainda em
elaboração é a adoção de um calendário de vacinação contra a Covid-19 na rotina
de crianças menores de 5 anos, e doses de reforço periódicas ao menos uma vez
por ano para grupos de risco, como idosos, imunocomprometidos (pacientes com
sistema imunológico debilitado) e gestantes, seguindo orientação da
Organização Mundial da Saúde (OMS). Há ainda a possibilidade de inclusão de
outros grupos como profissionais de saúde e comunidades tradicionais.
“Vacinar toda a população, como a gente
vem fazendo, precisa ser revisado nesse momento de transição em que nos
encontramos. Fizemos reuniões técnicas e tiramos diretrizes básicas que o
Ministério da Saúde vai seguir em discussões internas. Agora, o anúncio disso ainda
depende de uma discussão com a gestão tripartite [governo federal, estados e
municípios]”, conta Gatti.
Para garantir vacinas nacionais da
plataforma RNA mensageiro, mais versátil na luta contra o coronavírus, o
Ministério da Saúde tem apoiado desenvolvimentos próprios do Instituto de
Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) e do Instituto Butantan. Gatti
considera que o ideal é que uma tecnologia nacional de RNA mensageiro possa
estar à disposição do PNI, uma vez que as vacinas contra Covid-19 oferecidas
por esses laboratórios até o momento são de outras plataformas.
“A gente espera começar os ensaios
clínicos dessa plataforma de vacina brasileira de RNA logo. Essa é uma
tecnologia que é importante a gente dominar, porque ela permite desenvolver vacinas
de uma forma mais rápida e para outros agentes infecciosos também. A gente
precisa buscar isso e está nesse caminho”, afirma.
Por: Agência Brasil