Sexta-feira, 27 de outubro-(10) de 2023
População masculina superava a feminina até a década de 1920.
Diferença evoluiu e alcança 1.100% em 50 anos
Foto: R7
A população brasileira é
formada por 104,5 milhões de mulheres (51,5%) e 98,5 milhões de homens (48,5%),
segundo dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira
(27). A diferença, estimada em 6 milhões de habitantes, é 52,6% maior do que a
apurada em 2010, quando o Brasil tinha 3,9 milhões a mais de residentes do sexo
feminino. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal
Correio.
Conforme os números, apenas os estados
do Acre, Tocantins, Roraima e Mato Grosso têm mais homens do que mulheres.
Por outro lado, o Rio de Janeiro é o estado com maior proporção de habitantes
do sexo feminino, com 89,4 mulheres para cada homem.
A evolução confirma a tendência
observada desde o Censo de 1940, quando a população feminina superou a
masculina. O relatório anterior, realizado em 1920, mostrava que existiam 250
mil homens a mais do que mulheres no Brasil.
Com os aumentos, é possível também notar que a diferença disparou
1.152% desde 1970, ao passar de 480.346 para os atuais 6.015.894. Na época, o
país era habitado por 46,8 milhões de mulheres e 46,3 milhões de homens.
Os resultados
acentuam a tendência histórica de predominância feminina na composição da
população do Brasil, como mostra o indicador de razão de sexo desde 1980,
quando existiam 98,7 homens para cada 100 mulheres. Em 2022, a razão de sexo
era de 94,2 homens para cada 100 mulheres.
Segundo o IBGE, a
análise da distribuição da população por idade e sexo fornece subsídios para o
cálculo de uma série de indicadores demográficos, que permitem “avaliar as
mudanças e tendências do perfil demográfico da população ao longo do tempo”.
Os valores também
são essenciais para o planejamento de políticas públicas que visam ao
atendimento das necessidades de grupos específicos a serem considerados nos
processos de avaliação de diversos programas sociais e econômicos.
Em 2022,
o Censo Demográfico mostrou que o ritmo de crescimento
populacional no Brasil manteve a tendência de queda nos anos 1970 e avançou
apenas 6,45% no período de 12 anos. Com o menor aumento da história,
a população total alcançou 203.062.512 de habitantes.
Regiões
De acordo com o
Censo, todas as grandes regiões mantêm a tendência de redução da razão de sexo
ao longo dos anos. O Norte, por sua vez, apresentou em 2022, pela primeira vez,
uma população masculina menor do que a feminina. Já o Sudeste se manteve com a
menor proporção desde 2000.
Segundo o IBGE, a
análise mostra maior quantidade de homens desde o nascimento até os 19 anos.
“Essa maior incidência de homens nas primeiras idades é uma consequência do
maior nascimento de crianças do sexo masculino em relação àquelas do sexo
feminino”, revela o estudo.
O maior
contingente de homens diminui com a idade devido à sobremortalidade masculina,
mais intensa na juventude, devido às mortes por causas externas. “A partir do
grupo etário de 25 a 29 anos, a população feminina se torna majoritária em todas
as regiões, intensificando-se nas idades mais avançadas, devido à menor
mortalidade das mulheres também nessas idades”, afirma o Censo.
Envelhecimento
Os novos dados
revelados nesta sexta-feira também evidenciam o envelhecimento da
população brasileira. No período de 12 anos, a população com 65 anos ou mais
disparou 57,4% e passou a representar 10,9% do total de habitantes do
país, a maior taxa desde 1872, ano de realização do primeiro registro
censitário nacional.
Na contramão, o
percentual de crianças de até 14 anos, que era de 38,2% em 1980, passou para
19,8% em 2022. Tais alterações fazem a pirâmide etária do Brasil perder, a
partir dos anos 2000, seu formato. Diante das mudanças, a idade mediana dos
brasileiros passou de 29 para 35 anos nos últimos 12 anos, o que evidencia o
envelhecimento da população.
O Índice de
Envelhecimento, que mostra a proporção de idosos de 65 anos ou mais para cada
grupo de 100 crianças de idade de 0 a 14 anos, passou de 30,7 para 55,2. O
valor representa que há, aproximadamente, duas crianças para cada
idoso.
Por: Portal
Correio