Terça-feira, 12 de dezembro-(12) de 2023
Matéria de Feliphe Rojas com PBAgora
Nos últimos dez
anos, Paraíba registrou aumento de 13,5% no coeficiente de mortalidade por
aids, que passou de 3 para 3,4 óbitos por 100 mil habitantes. Em 2022, o estado
registrou 164 óbitos tendo o HIV ou a aids como causa básica, 37,8% mais que os
119 óbitos registrados em 2012. Entre as capitais do país, João Pessoa
registrou 5,2 mortes para cada 100 mil habitantes no ano passado –número maior
que à taxa nacional. As informações são do novo Boletim Epidemiológico sobre
HIV/aids apresentado pelo Ministério da Saúde, que também aponta taxa de
detecção de aids na Paraíba de 12,5 casos por 100 mil habitantes. João Pessoas
detectou 24,8 casos.
Em relação à detecção do HIV, em
2022, o documento mostra que foram notificados 43.403 casos em todo o país,
sendo 11.414 no Nordeste e 623 na Paraíba. A taxa de gestantes infectadas pelo
HIV na capital paraibana é de 4,3 (casos por mil nascidos vivos). O diagnóstico em gestantes é
fundamental para que as medidas de prevenção possam ser aplicadas de forma
eficaz e consigam evitar a transmissão vertical do vírus.
Cenário
nacional
A queda no
coeficiente de mortalidade por aids na última década foi identificada a nível
nacional, passando de 5,5 para 4,1 óbitos por 100 mil habitantes. Em 2022, o
Ministério da Saúde registrou 10.994 óbitos tendo o HIV ou aids como causa
básica, 8,5% menos do que os 12.019 óbitos registrados em 2012. Apesar da
redução, cerca de 30 pessoas morreram de aids por dia no ano passado.
Critério
raça/cor
Do total de
óbitos no Brasil em 2022, 61,7% foram registrados entre pessoas negras (47% em
pardos e 14,7% em pretos) e 35,6% entre brancos. Os dados reforçam a
necessidade de considerar os determinantes sociais para respostas efetivas à
infecção e à doença, além de incluir populações chave e prioritárias esquecidas
pelas políticas públicas nos últimos anos. Ainda segundo o boletim, na análise
da variável raça/cor, observou-se que, até 2013, a cor de pele branca
representava a maior parte dos casos de infecção pelo HIV. Nos anos
subsequentes, houve um aumento de casos notificados entre pretos e,
principalmente, em pardos, representando mais da metade das ocorrências desde
2015.
Para
aprimorar os indicadores de saúde e guiar políticas públicas de combate ao
racismo, redução das desigualdades e promoção da saúde ao longo dos próximos
anos, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o preenchimento do campo
raça/cor no Cartão Nacional de Saúde, o cadastro do cidadão no SUS. A partir de
2023, os sistemas não permitem mais o registro ‘sem informação’, em mais um
passo pela igualdade racial no país, uma das prioridades
do governo federal.
Prevenção
e conscientização
Uma das
formas de se prevenir contra o HIV é fazendo uso da PrEP, método que consiste
em tomar comprimidos antes da relação sexual, que permitem ao organismo estar
preparado para enfrentar um possível contato com o vírus No mês dedicado à mobilização
nacional de luta contra o HIV, a aids e outras infecções sexualmente
transmissíveis – Dezembro Vermelho – o Ministério da Saúde lançou na TV aberta, nas redes sociais e
em locais de grande circulação de pessoas a nova campanha de conscientização
com o tema “Existem vários jeitos de amar e vários de se proteger do HIV”,
reiterando a importância do cuidado.
Ações de
resposta do Ministério da Saúde
Estima-se que,
atualmente, um milhão de pessoas vivam com HIV no Brasil, mas apenas 900 mil
conhecem seu diagnóstico. Isso significa que aproximadamente 100 mil pessoas
ainda precisam ser diagnosticadas para que, então, iniciem tratamento. Para
ampliar essa linha de cuidado, o Ministério da Saúde garantiu, em 2023, R$ 27
milhões para a compra de quatro milhões de unidades de um teste rápido que
detecta, simultaneamente, sífilis e HIV. A inclusão do teste inédito no Sistema
Único de Saúde (SUS) fortalece o rastreio e dá mais agilidade ao tratamento
para a população.
Outro
importante anúncio do governo federal neste ano foi a diminuição da quantidade
de comprimidos ingeridos diariamente para as pessoas que vivem com o vírus. Em
vez de dois, será um. O medicamento combina dois antirretrovirais, ambos
fornecidos pelo SUS: lamivudina e dolutegravir. O remédio facilita a vida do
usuário, evita efeitos colaterais e mantém a carga viral controlada. A troca
desse esquema terapêutico será realizada de forma gradual.
Por: Feliphe Rojas - PBAgora