Sábado, 09 de dezembro-(12) de 2023
Matéria da Agência Brasil
Foto: José
Cruz/Agência Brasil
Os brasileiros ainda não sacaram R$ 7,52 bilhões em
recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de outubro, divulgou nesta
quinta-feira (7), em Brasília, o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de
Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 5,31 bilhões de um total de R$ 12,83
bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras'
As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de
defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de outubro
16.847.044 correntistas haviam resgatado valores. Isso representa apenas 27,85%
do total de 60.492.862 correntistas incluídos na lista desde o início do
programa, em fevereiro do ano passado.
Entre os que já retiraram valores, 16.035.064 são pessoas
físicas e 811.980 são pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o
resgate, 40.583.355 são pessoas físicas e 3.062.463 são pessoas jurídicas.
A maior parte das pessoas e empresas que ainda não
fizeram o saque têm direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$
10 concentram 62,98% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100
correspondem a 25,71% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil
representam 9,64% dos clientes. Só 1,68% tem direito a receber mais de R$ 1
mil.
Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi
reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de
agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em
março, informou o Banco Central, foram resgatados R$ 505 milhões esquecidos. Em
outubro, foram retirados R$ 178 milhões, queda em relação ao mês anterior,
quando tinham sido resgatados R$ 264 milhões.
Melhorias
A atual fase do SVR tem novidades importantes, como
impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no Whatsapp e inclusão de todos os tipos de
valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual,
que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a
necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.
Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a
valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário,
inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas,
o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor.
Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares
pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema,
conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF (Cadastro de Pessoas
Físicas) de quem fez o pedido.
Fontes de recursos.
Também foram incluídas fontes de recursos esquecidos que
não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento
pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e
distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para
devolução.
Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores,
já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes:
contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras
líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados
de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas
ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.
Golpes
O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com
golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos
resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do
Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links, nem entra em contato para tratar sobre
valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O BC também esclarece que apenas a instituição financeira
que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o
cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que
ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.
Por:
Agência Brasil